Startup desenvolve equipamento para melhorar mobilidade de pessoas com deficiência visual

Equipamento avisa cegos da proximidade de obstáculos aéreos, não detectados pela tradicional bengala

0

Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, um dispositivo desenvolvido em Fortaleza (CE) e Ribeirão Preto (SP) pode aumentar a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual. O Dia da Pessoa com Deficiência é lembrado no Brasil neste sábado (21/9).

O dispositivo VibSense está em fase de desenvolvimento pela startup VibEye e funciona como um complemento para a tradicional bengala, ao avisar uma pessoa cega da existência de obstáculos aéreos. O equipamento é formado por um cilindro fino de aproximadamente dez centímetros, com um clip, que permite que seja colocado no bolso de uma camisa, pendurado em um colar ou, até mesmo, acoplado a um boné.

A proximidade de obstáculos aéreos é detectada por um sensor, que envia um sinal a uma pulseira vibratória, no braço do usuário. Assim, ele é avisado da ocorrência de uma situação potencialmente perigosa no seu caminho e pode evitá-la.

Com a bengala, a pessoa com deficiência visual tem um campo de visão que é do solo. Ela consegue identificar o que está no chão, como um poste ou uma placa, porque estão fixos no chão. A vantagem do VibSense é que possui a capacidade de avisar sobre obstáculos que estão suspensos, que não têm um vínculo com o solo. O dispositivo não substitui a bengala, mas se torna um complemento bastante eficiente, que visa melhorar muito a mobilidade de pessoas cegas ou com baixa visão pela cidade.

Dispositivo

Dispositivo desenvolvido pela Vib Eye – Foto: Divulgação

O dispositivo da VibEye já está em fase de desenvolvimento e deverá ser lançado ainda neste ano. A empresa já criou uma lista de espera em seu site, para que os interessados em adquirir o VibSense. O site pode ser acessado no endereço vibeye.com.br e é acessível para softwares leitores de tela.

“Nós desejamos amenizar o problema da falta de mobilidade das pessoas com deficiência. É muito comum que elas se sintam privadas de tudo aquilo que estamos acostumados a fazer. Quando se tira mobilidade de alguém, tira-se o acesso à educação, saúde e trabalho”, finalizou o CEO da VibEye, Samuel Lima.

Pluris Aceleradora

Pluris Aceleradora, em Ribeirão Preto – Foto: Divulgação

A ideia que deu origem à startup surgiu em 2017, depois de Samuel Lima ter participado de uma competição desenvolvida pela Microsoft, em Fortaleza (CE). Em 2018, a startup participou de um período de incubação na capital cearense, promovida por um programa do governo do Estado e, no início do segundo semestre deste ano, chegou a Ribeirão Preto.

Na cidade paulista, a empresa participa do 2º ciclo da Pluris Aceleradora, no Instituto SEB, braço de investimento social do Grupo SEB, maior grupo de educação básica do Brasil. O foco da aceleradora de Ribeirão Preto está no desenvolvimento de competências empreendedoras e criação de negócios sustentáveis.

Para Samuel Lima, o programa desenvolvido pela aceleradora está em sinergia com a sua ideia. “É uma aceleradora que investe em negócios de impacto social e o que nós fazemos é isso: promover a melhoria na vida das pessoas. Além disso, por se tratar de uma tecnologia de hardware, entendíamos que precisávamos do suporte de mentores com experiência na prototipação e logística de produtos eletrônicos”, destaca.

Impacto social

Com duração de cinco meses, o programa da Pluris Aceleradora apoia prioritariamente negócios nos segmentos de educação e impacto social, sem deixar de considerar bons projetos de outros segmentos.

De acordo com o CEO da aceleradora de Ribeirão Preto, Ricardo Agostinho, a cidade tem se destacado no cenário nacional como um polo de inovação. “Temos um ambiente propício para a geração de negócios inovadores, principalmente, pela proximidade com a universidade que existe na região. É um ambiente que incentiva que o conhecimento acadêmico seja transferido para a indústria, possibilitando o surgimento de startups capazes de solucionar gargalos apresentados pela sociedade”.

Ribeirão Preto conta com 175 startups, mais de 50 cursos de pós-graduação, além de diversas iniciativas que apoiam o desenvolvimento de novos negócios, como é o caso da Pluris. No segundo ciclo de aceleração da Pluris, além da VibEye, também participam as startups Porvir (São Paulo), Mundo4D (São Paulo), Venuxx (São Paulo) e Trilhante (Ribeirão Preto).