Mesmo na crise, existe oportunidade para crescimento. A máxima, que parece saída dos livros de autoajuda, cabe perfeitamente em uma empresa de Ribeirão Preto que, mesmo criada durante a pandemia, em 2020, superou seu faturamento total em 2021 e se prepara para crescer até 50% em 2022.
Trata-se da Beijo de Sol, marca de moda praia lançada durante a pandemia e que faturou, em 2020, ano de seu lançamento, R$ 360 mil. Mesmo com a pandemia, já alcançou em outubro de 2021 o faturamento do ano anterior inteiro e, para o trimestre de novembro a janeiro, a expectativa de crescimento nas vendas é de pelo menos 30%, podendo chegar a 50%, dependendo dos fatores externos.
A variação positiva, segundo Erika Bianchini, diretora da empresa, deve-se a um fator primordial nos tempos atuais: adaptabilidade. Nesse cenário, a habilidade de adaptação, criatividade e resiliência diante de ambientes com mudanças rápidas e frequentes são diferencias, garante ela.
“É o período em que mais temos pedidos e tudo indica mais crescimento. Mas são muitas variáveis, dependemos de como o mercado vai reagir”, diz Erika Nogueira Bianchini, diretora da loja.
Produção
A empresa também já alcançou a produção de peças do ano passado, que foi de 10 mil unidades, e deve fabricar mais itens até o final do ano. O plano de dobrar a produção, porém, foi substituído por fabricação em pequenos ciclos.
“Apesar do otimismo, nossa produção não está acelerada, pois precisamos buscar o equilíbrio para não ficarmos com excesso de estoque”, afirma a diretora. “Nossos resultados no último ano são efeito do investimento em uma coleção mais diversificada, com mais produtos, e ao mesmo tempo, de uma proximidade do fim da pandemia, com as pessoas comprando e viajando”, diz.
Dólar alto afeta produção e beneficia exportação
A constante variação da inflação e do dólar no período tem afetado a produção, exigindo uma gestão dinâmica. “Cada hora que precisamos comprar matéria-prima, o preço é diferente. Mantivemos a mesma tabela de preços desde o início da coleção, mas os custos já estão mais altos”, afirma a diretora.
As adaptações são feitas com base na avaliação de três pontos principais: custo-benefício da matéria-prima, desempenho de venda das peças e expectativas de mercado. Como tecidos, bojos, arcos e até caixas de papelão tiveram um aumento significativo, a empresa chegou a mudar fornecedores para conseguir manter qualidade e bons preços finais. Também revisou em ciclos mais curtos o desempenho dos modelos.
“Da mesma forma que incluímos cores novas neste último mês, definimos que determinada estampa não terá continuidade, por não ter tido muita aceitação”, explica Erika Bianchini. A ideia é evitar produzir aquilo que provavelmente não terá muita saída.
O próximo passo com a alta do dólar é a internacionalização. “O sonho do meu pai, Aluizio Nogueira, fundador da marca, era vender em outros países. Em 2022 irei buscar realizar o sonho dele”, comemora Erika Bianchini.