Ribeirão já tem hospital sem vaga na UTI; na região, cenário também ocorre

Santa Casa de Ribeirão e Hospital Estadual de Serrana estão com UTIs lotadas; nos leitos clínicos, outras cidades da região também enfrentam superlotação

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Paciente em leito de UTI - Foto: Pixabay

A região de Ribeirão Preto já tem hospitais com todos os leitos clínicos e também de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao tratamento de pessoas com covid-19 ocupados. Os dados constam de relatório oficial divulgado pela prefeitura de Ribeirão Preto a partir de dados estaduais.

De acordo com o relatório de ocupação de leitos da última terça-feira (23), o Hospital Estadual de Serrana tem cinco leitos de UTI, todos ocupados. Funciona, portanto, com 100% de sua ocupação. Outro exemplo é a Santa Casa de Ribeirão, que tem 10 leitos de UTI destinados ao covid-19, e conta com uma ocupação de 110%.

A situação também está perto do limite no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, com 85,25% das vagas em UTI ocupadas, e no Santa Lydia, com 85,71%.

O professor Domingos Alves, especialista em gestão de saúde vinculado ao Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), acredita que a situação deve piorar nos próximos dias. “Os indicadores epidemiológicos para Ribeirão Preto são muito agudos. Iremos chegar a 5 mil casos em Ribeirão Preto em breve. O risco de sobrecarregar mais hospitais é real e concreto”, afirma o professor.

No total, a região dispõe de 117 leitos de UTI, dos quais 88 estão ocupados e 29, vagos. A taxa de ocupação é de 75,21%.

Segundo Domingos, a situação só não é pior porque a prefeitura tem criado novos leitos. Só no último mês, foram 31 leitos de UTI criados em Ribeirão. “Se não fosse isso, o Hospital das Clínicas, por exemplo, já estaria sem espaço em sua UTI”, conta. A medida, segundo ele, demonstra um erro de foco. “Aumentar leitos é importante, mas não se pode passar a ideia de que as pessoas podem ficar doentes porque há leitos disponíveis. Tinha que ser feito um trabalho para impedir a disseminação do vírus”, conta.

Quadros clínicos

Já no quadro de ocupação de leitos clínicos, são 171 leitos clínicos disponíveis na região, com ocupação de 72,51%, o que significa 124 leitos ocupados e 47 livres.

O caso mais grave ocorre em Pitangueiras, onde a Santa Casa tem 300% da capacidade ocupada. São dois leitos para seis pacientes.

Já o Hospital Estadual de Serrana opera com 105,56% da capacidade, enquanto a Santa Casa de Cravinhos tem 150% da capacidade em operação e a Santa Casa de Santa Rosa do Viterbo, 100%.

No quesito leitos clínicos, também operam perto de sua capacidade máxima as Santas Casas de Cajuru (87,5%) e Ribeirão (91,67%) e Monte Alto (87,5%).