Por falta de insumos, HC corta metade das cirurgias realizadas em RP

Pelo menos 70 procedimentos deixarão de ser realizados por semana; medicamentos são utilizados para tratamento da Covid-19

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Imagem Ilustrativa do Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto - foto: Reprodução

A falta de insumos fez com que o Hospital das Clinicas confirmasse, nesta segunda-feira (22), a redução, em 50%, das cirurgias não emergenciais realizadas na instituição. Das dez salas que estavam abertas, apenas cinco vão continuar operando. No total, são 70 cirurgias canceladas por semana.

O diretor do Departamento de Atenção à Saúde, Antônio Pazin Filho, explica que a falta dos insumos motivou a decisão. Ele informa que a situação mais crítica é a dos relaxantes musculares, que também são usados nos 72 pacientes internados no Centro de Terapia Intensiva do HC.

Até esta segunda-feira, a ocupação de leitos de UTI Covid-19 é de 94%. Nas duas unidades do HC, ela está em 95,8% na UTI e 83% nas enfermarias.

“É a mesma medicação é usada para quem vai fazer cirurgia. Por isso, a necessidade de reduzir as cirurgias. Temos que desviar esses medicamentos que são utilizados no centro cirúrgico para garantir o estoque e manter a vida das pessoas que estão intubadas”, informou.

Mais medicamentos

Ele informou ainda que aguarda para sexta-feira a chegada de novo carregamento de medicamento. “Mas não temos segurança se será entregue ou não. Como foi noticiado na imprensa, vários lugares já estão com falta e nós estamos aguardando as medidas que estão sendo tomadas junto aos fornecedores. E ao governo já informamos a nossa deficiência”, explica.

Para este momento, de redução de salas cirúrgicas, foi formada uma equipe de cirurgiões que diariamente vai se reunir com as várias especialidades do Hospital para decisão de quais pacientes serão operados. “Eles já vão conversar com as áreas para que possam postergar a internação de paciente e ir para hospital apenas para cirurgia c previsão de entrega

“Nós vamos pesar o risco dessas cirurgias para os pacientes versus o risco de transmissão da doença, que nesse momento é muito grande. E isso será levado em consideração para priorização. Sabemos que isso não atende toda a necessidade da população, mas é uma situação muito grave que a gente vai ter que tomar decisões às vezes muito difíceis, neste momento. Vamos tentar ao máximo reduzir o dano aos pacientes”.