Mortes por covid batem recorde em julho e mês já representa quase metade dos óbitos em Ribeirão

Dados constam do boletim epidemiológico da prefeitura; no total, 156 pessoas morreram no mês

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Domingos Alves, professor da USP - Foto: Divulgação

O mês de julho já é o mais letal da pandemia em Ribeirão Preto, de acordo com dados da prefeitura da cidade. Houve 156 mortes registrada no período, com dados até 26 de julho, o que representa 46,7% do total de óbitos no município desde o início da pandemia.

Em junho, foram 143 mortes, com maio registrando 28 ocorrências. Abril teve cinco óbitos e março, 2.  Desde o início da pandemia, Ribeirão Preto registrou 11.121 casos confirmados, 12.802 casos descartados, com 5.942 casos em investigação. O total de mortes é de 334.

Apenas na última semana, foram 52 casos registrados de mortes na cidade, conforme divulgado com exclusividade pelo Portal Thathi no último domingo. Se a média de mais de sete mortes por dia for mantida, é possível que a cidade acabe o mês com mais de 200 óbitos.

O pesquisador Rodrigo Stábile, ligado à Fiocruz, acredita que a tendência é o aumento de casos. Um estudo da instituição, divulgado com exclusividade pelo Portal do Grupo Thathi, avaliou que o pico da doença deve ocorrer entre setembro e outubro. “Acredito que o pico dos casos, e das mortes, deve ocorrer entre setembro e outubro”, afirma o pesquisador.

Domingos Alves, pesquisador ligado à Universidade de São Paulo (USP), concorda. “Quem morre de covid-19 fica, em média, de 15 a 20 dias internado. Com o número de casos crescendo, nós não temos o cenário de queda no número de óbitos”, informou o especialista. “A pandemia em Ribeirão tem um estado grave. O número de óbitos irá aumentar, pelas nossas previsões, até o fim de setembro”, conta.

Início dos sintomas

Outro dado que corrobora o aumento das mortes no período é o total de óbitos por mês de ocorrência do início dos sintomas. Segundo a prefeitura, foram 191 mortes de pessoas que tiveram os primeiros sintomas em junho.

Em julho, já morreram 66 pessoas que tiveram os sintomas nesse mesmo mês. “Mas a tendência é que, ao longo de agosto, o total de mortes cujos sintomas se iniciaram em julho seja superado”, avalia Stábile, que acredita, ainda, que agosto deve ser ainda pior. “A tendência é termos mais morte em agosto”, disse.