12 mil ribeirão-pretanos já tiveram covid-19, mostra pesquisa

Informação foi divulgada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB); taxa de letalidade é muito baixa, mas especialistas falam em manutenção do isolamento

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Pesquisadora em Ribeirão: setor da saúde é destaque - Foto: Fiocruz

Pelo menos 12 mil ribeirão-pretanos já tiveram covid-19. Essa é a estimativa, dada pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB), baseado em um estudo, feito em parceria pela USP (Universidade de São Paulo), Supera Parque e Secretaria da Saúde que mapeou a presença do vírus na cidade.

A pesquisa prevê o teste de 700 pessoas. Se aplicarmos o mesmo percentual à população de Ribeirão, na casa dos 600 mil habitantes, chegamos ao número de pelo menos 12 mil pessoas nessas condições. Os dados são preliminares e devem ser apresentados oficialmente nesta quarta-feira (6).

“O que eu posso adiantar para vocês é que o subtotal até agora de amostragem que foi demanda e que os laudos vieram a ser oficializados apresentou a média de até 2% de presença de contato com o vírus nessa população. O que é um bom sinal, de que a população de Ribeirão Preto, nessa amostragem até agora apresenta um baixo nível de contato com o vírus Sars-Cov2, que gera a doença”, disse o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), durante transmissão ao vivo.

A cidade tem, até o momento, 300 casos confirmados da Covid-19 e registrou tem 1.559 notificações da doença. Desses, 887 foram descartados após resultados de exames serem negativos. Ribeirão tem, ainda, oito mortes causadas pela doença.

Análise

Os números mostram, ainda, que a taxa de letalidade do coronavírus é bem menor do que a divulgada atualmente. Se considerarmos que houve oito mortes para 12 mil pessoas que tiveram contato com a doença, o índice de mortes seria de 1,3 para cada cem mil habitantes – o que equivale a 0,06% de letalidade.

Segundo o infectologista Luiz Fernando Baquero, por esse prisma, o dado pode ser considerado “ótimo”. “Se a metodologia da pesquisa for representativa, é um excelente indicador, na medida que permite dizer que a letalidade é muito baixa”, conta. “A maior parte das pessoas tiveram poucos ou nenhum sintoma, tanto que foram casos não contabilizados”, disse o especialista.

Flexibilização

Por outro lado, Baquero afirma que a notícia é “terrível”, na medida em que indica que 98% da população da cidade ainda pode se infectar com o vírus.

“Isso significa que não é possível qualquer flexibilização, como se está programando. Se houver flexibilização, haverá o caos no sistema de saúde”, garante o especialista.