Motociclistas lideram o número de mortes no trânsito de Ribeirão em 2018, aponta Infosiga

Movimento Paulista de Segurança no Trânsito revelou que 92 pessoas morreram no tráfego da cidade ao longo do ano

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Relatório divulgado no início desta semana pelo Infosiga (Movimento Paulista de Segurança no Trânsito) revelou que 92 pessoas morreram no tráfego de Ribeirão Preto em 2018. Desse número, 44 eram motociclistas, o que representa 49% do total. O objetivo da publicação é justamente diminuir os dados obtidos.

Para a psicóloga especialista em trânsito, Raquel Almqvist, o que foi concluído ilustra como a motocicleta pode ser considerada um veículo de risco aos condutores. Ela explica que se as mortes já são tantas, os feridos são ainda mais.

“Precisamos entender que a imprudência ocorre dos dois lados, tanto dos motociclistas, quanto dos motoristas. É quase uma morte em moto a cada pouco mais de uma semana”, alerta.

Ainda de acordo com o levantamento, a maioria das vítimas fatais é composta por pessoas com idade entre 40 e 44 anos, independente do sexo. Quando a análise é feita por gêneros, os homens somam 73,91% e as mulheres 26,09%.

A diferença, segundo a especialista, é explicada pelo fato de as mulheres serem mais cuidadosas e se arriscarem menos ao volante.

Aos sábados e segundas aconteceram mais acidentes com morte na cidade. Em dias aleatórios, os períodos da noite e da manhã são os com mais registros.

A Reportagem também observou que mais de 60% dos óbitos foram constatados nas vias municipais. Nas estradas esse número desce para 22,83%.

As vítimas que ficaram em segundo lugar foram os pedestres, com 20 mortes. No ranking dos tipos de acidente estão colisão, atropelamento e choque, respectivamente.

Almqvist afirma que os pedestres são peças pertencentes ao trânsito e precisam respeitá-lo e serem respeitados. “Essas vítimas podem não ter tirado Carteira Nacional de Habilitação e, mesmo assim, precisam seguir regras. Isso é muito importante para evitar os acidentes”.

Procurada para comentar o caso, a Transerp informou ter verificado “que os recentes acidentes com óbito registrados em Ribeirão Preto têm ocorrido em locais espalhados pela cidade e que eles aconteceram por imprudência ou negligência dos envolvidos, já que a malha viária conta com sinalização adequada”.

Alegou que vale destacar o trabalho desenvolvido pelo departamento de educação para o trânsito, “que se mostrou efetivo ao longo de 2018 e será ampliado em 2019”. 

Segundo a empresa, em 2017, os jovens entre 18 e 27 anos foram os mais atingidos e, por isso, foi criado o projeto “Habilita Seguro”, no qual são realizadas palestras nos Centros de Formação de Condutores (CFC’s) para reduzir acidentes envolvendo motoristas e motociclistas.

Além disso, o órgão disse que, em 2018, criou o projeto “Frente Segura Ribeirão”, para implantar uma área de espera exclusiva para motocicletas e similares antes da faixa de retenção nos semáforos. 

A nota finaliza declarando que, em 2018, o programa de educação para o trânsito “Siga Consciente” promoveu mais de 195 atividades de educação e conscientização, alcançando mais de 31 mil pessoas.