“Não sou candidato, mas posso ser, se eu quiser”, afirma Weintraub, em Ribeirão

Ex-ministro da Educação de Jair Bolsonaro esteve na região, onde foi homenageado; ele cogita filiação ao PTB

0
Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação - Foto: Agência Brasil

|“Sou um homem livre. Não sou candidato, mas posso ser, se eu quiser. E estão me jogando cada vez mais para dentro desse inferno, principalmente quando falam que eu não posso ser candidato”. Assim o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub definiu sua situação política em visita ao Grupo Thathi de Comunicação. Ele é cotado para concorrer ao cargo de governador do Estado.

Sem filiação partidária – Weintraub namora o PTB, mas ainda não assinou sua ficha de filiação – o ex-mandatário do MEC, que hoje tem cargo no Banco Mundial, esteve em Ribeirão Preto na segunda (24). Participou de entrevistas, visitou lideranças e foi palestrante em um evento organizado por Álvaro Gradim, presidente local da sigla.

Na noite de segunda, também Weintraub foi palestrante no “Evento Cultural Farol da Liberdade”, realizado no Hotel Nacional Inn, no Centro. “Viajei pelo interior do Estado, conversei com pessoas. Sou um homem livre, não sou candidato a nada, mas não significa que, se quiser, não posso ser”, afirmou, durante entrevista concedida ao programa Hora do Consumidor, comandado por Paulo Garde e Rodrigo Garde no Grupo Thathi.

Weintraub, que comandou a pasta da Educação de abril de 2019 a junho de 2020, é economista e professor da Universidade de São Paulo (USP). Conservador e alinhado à ala mais ideológica da direita, ele foi demitido em meio à intensa pressão de entidades educacionais. Na ocasião, tinha sido alvo de um inquérito que apurava a participação dele na divulgação de Fakenews. “Foi um grande absurdo, uma investigação que não teve qualquer sentido, conduzida pelo STF”, justificou.

Críticas

Apontado por especialistas como o pior ministro da Educação desde a redemocratização, Weintraub respondeu com o habitual bom humor e acidez aos questionamentos sobre o assunto. “Eu não tenho a competência para ser pior que gente do porte de Fernando Haddad, que ocupou a pasta por oito anos e deixou o Brasil como a pior educação da América Latina”, respondeu, ao ser questionado sobre o assunto.

Também afirmou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019, no qual houve problemas tão variados quanto a falência da gráfica que imprimiria as provas quanto a divulgação de notas incorretas de uma pequena parcela dos alunos foi “o melhor da história”.

“Houve problemas, mas também houve em todas as gestões. Perto do que acontecia, das fraudes, mantenho a opinião de que foi a melhor prova do Enem já aplicada”, disse.

Os irmãos Arthur e Abraham Weintraub – Foto: Redes Sociais

Gabinete do ódio

Abraham estava acompanhado de Arthur Weintraub – que foi investigado por supostamente comandar o chamado gabinete paralelo de combate à Covid, responsável por aconselhar o presidente Jair Bolsonaro (PL) na época inicial da pandemia.

Arthur falou sobre o que considera ingerência do Supremo Tribunal Federal no Executivo e ressaltou que o inquérito que investiga a produção e divulgação de fakenews pelo presidente Bolsonaro é uma “aberração jurídica”. Evitou, entretanto, se alongar nas críticas.

Racha

Arthur e Abraham falaram ainda sobre o fato de o presidente Jair Bolsonaro não apoiar uma eventual candidatura ao governo de São Paulo. O ministro Tarcísio, da Infraestrutura, é o escolhido.

Sem criticar diretamente o ex-chefe, Weintraub mirou seus canhões contra o chamado Centrão e afirmou que a presença de políticos menos ideológicos ao lado de Bolsonaro tem feito com que o governo deixe de lado alguns objetivos iniciais.

Português

Weintraub também comentou, com bom humor, os erros de português e concordância verbal que cometeu nas redes sociais, notadamente o Twitter, em sua passagem pelo ministério da Educação. Um levantamento feito pelo portal Diário do Centro do Mundo mostrou que, em dois meses de gestão, Weintraub cometeu 32 erros de português em suas postagens.

“De tudo, essa é a única crítica que aceito. Eu mesmo cuidava da minha conta. No meio do Enem, no meio da atenção que dou à minha família, no meio das crises, escrevi nas redes sociais e houve alguns erros”, admitiu.