Entidades comerciais repudiam ação de Nogueira em manter quarentena

Medida do prefeito manteve comércios impedidos de funcionar por mais dez dias; Acirp vê falta de atitude da administração

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Dorival Balbino, presidente da Acirp - Foto: Divulgação

Entidades do setor comercial e industrial de Ribeirão Preto repudiaram a decisão do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) de permanecer com o isolamento social na cidade. Havia a expectativa, por parte das instituições, que a medida fosse abrandada, como ao menos a possibilidade de abertura limitada dos comércios. Pelo novo decreto, o comércio deve permanecer fechado pelos próximos dez dias.

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) foi uma dessas entidades e divulgou, nesta sexta-feira (17), uma nota de repúdio ao prefeito. A entidade declarou repudio “a falta de sensibilidade e de organização do Estado brasileiro no que tange ao combate à pandemia de Covid-19 e seus reflexos”.

“A Acirp mais uma vez lamenta a decisão da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e do Governo do Estado de São Paulo de prorrogar de forma radical os decretos de calamidade pública, sem considerar as características de cada município e região, sem indicar soluções efetivas para mitigar os impactos destas medidas na vida da população, das empresas e de seus trabalhadores e sem indicar perspectivas para que o setor econômico possa se planejar”, disse.

Já Paulo Garcia Lopes, presidente do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), afirmou que a ação de Nogueira pegou o empresariado de surpresa. “É decepcionante. Conversamos a semana toda e os técnicos da prefeitura demonstraram que, em Ribeirão, os números da pandemia estavam lineares. Nossa expectativa era de reabertura do comércio e não entendemos o que ocorreu para que isso fosse mudado”, disse.

Falta de ação

A Acirp ainda criticou a falta de ação da prefeitura, que, de acordo com a nota, não tem feito a lição de casa. “Diante do que pode vir a ser a maior crise global do século, a única medida dos poderes constituídos tem sido a interrupção das atividades do setor produtivo e o isolamento horizontal da população indistintamente. Iniciativas amplamente defendidas e consideradas fundamentais neste momento sejam elas de cunho econômico, social ou de saúde pública – como a testagem da população, renda emergencial e oferta de linhas de crédito especiais – simplesmente não acontecem na prática”, disse a instituição, em nota.

A entidade ainda informou que “não há conflito entre a defesa da vida e a defesa da economia, uma vez que ambas as linhas estão amplamente ligadas uma a outra”. Procurada, a prefeitura não comentou a crítica até o momento.