Três homens são presos ao furtarem gado usado em pesquisa no Instituto de Zootecnia de Ribeirão

Animais são utilizados em pesquisas de melhorarmento genético; carne foi devorada por urubus

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Animais no Instituto de Zootecnica de Ribeirão - Foto: Divulgação

Três homens foram presos, na madrugada desta quarta-feira (23), depois de matarem um touro e uma vaca usadas em pesquisas pelo Instituto de Zootecnia (IZ) em Ribeirão Preto. A carne dos animais acabou devorada por urubus. A Polícia Civil investiga o caso.

Os três foram detidos pela Polícia Militar, que fez uma campana e acabou pegando os bandidos em flagrante durante a ação criminosa. Segundo o IZ, o furto de animais no local é recorrente – foram pelo menos 30 no último semestre.

Depois de abordados e presos, os homens foram levados ao Plantão Policial de Sertãozinho* e responderão por furto. As carcaças dos animais ficaram no local e acabaram devoradas por urubus. O caso está sendo registrado na manhã desta quarta e será investigado pela Polícia Civil.

O IZ realiza, há mais de 40 anos, atividades voltadas ao melhoramento genético e nutrição com o objetivo de ampliar a eficiência da pecuária brasileira. Como os animais mortos e furtados são utilizados nas pesquisas, o resultado final do trabalho pode ser afetado.

Prejuízo

A reportagem tentou falar com a diretora do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica dos Agronegócios de Bovinos de Corte, Joslaine Gonçalves Cyrillo, mas ela informou que não poderia dar entrevista.

Em entrevista concedida no início do ano sobre o assunto – na ocasião, mais de cem animais haviam sido furtados, em 2019, do IZ, ela afirmou que as ocorrências de furto prejudicam os avanços científicos do instituto.

“Esses animais têm uma composição genética específica, utilizada pelos criadores do nosso país na forma de inseminação ou na utilização desses touros a campo. Todos esses animais também participam de outros experimentos relacionados a bovino de corte, reprodução, comportamento e bem-estar animal, genômica, entre outros. A perda desse material é algo irreversível, não temos como recuperar esse material genético”, disse, em entrevista ao portal G1.

Ainda segundo ela, o abate criminoso também representa um risco à saúde pública. “Nós temos uma legislação que regulamenta o abate e comercialização de carnes, numa situação dessa está completamente irregular, porque esses animais são abatidos a campo, no meio da lama e essa carne é comercializada em condições muito fora do padrão”, disse.

*A matéria informou erroneamente que os criminosos foram levados ao Plantão Policial de Ribeirão Preto. Na verdade, foram encaminhados ao Plantão de Sertãozinho. O texto foi corrigido.