Feminicida morre no CDP de Pontal

André Caetano matou a secretária Nádia de Oliveira em junho de 2017

Imagens no sentido horário: André,Nádia,Reconstituição,Vítima deixando o serviço/ Rede social

André Luis Pinho Caetano, 46,  que admitiu ter matado a mulher Nádia de Oliveira com tiros na cabeça em junho de 2017, foi encontrado morto nesta quarta-feira ( 24) em cela do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pontal. A causa da morte ainda não foi esclarecida pela Secretaria de Administração Penintenciária (SAP), mas informações preliminares indicam que teria sido suicídio.

Reconstituição do crime

Em Junho de 2018 a Polícia Civil de Ribeirão Preto, através Delegacia de Investigações Gerais (DIG/DEIC 3), fez a reconstituição da morte de Nádia de Oliveira, de 50 anos. A secretária foi assassinada em 23 de junho de 2017 com tiros na cabeça desferidos pelo ex-marido, André Luis Pinho Caetano, então com 44 anos, que tentou o suicídio em seguida. O corpo da vítima foi encontrado dez dias depois, em 3 de julho, em um canavial na região rural entre Jardinópolis e Cruz das Posses, distrito de Sertãozinho, onde o casal residia com os filhos.

André participou da reconstituição. Estava com a cabeça raspada e usava o uniforme cáqui de presidiário. Revelou ao delegado Ricardo Turra, responsável pelo caso, e aos policiais da DIG, como foram os últimos momentos de Nádia de Oliveira. Ele confirmou que já havia escolhido o local do assassinato e premeditado o crime. O casal foi de moto ao canavial, perto de um motel. Ao contrário do que havia dito em depoimento no dia da prisão, desta vez o homem afirmou que não teve relações sexuais com a vítima no local –, mas a mulher estava nua quando a polícia encontrou o corpo.

Segundo o depoimento do feminicida, a ex-companhaira chegou a perguntar se ele “queria namorar”, mas Caetano disse que estava ali para “saber a verdade.” Ele disse que quando sacou o revólver 32 Nádia ficou assustada, perguntou se ele ia matá-la, empurrou a moto e tentou fugir. “Então eu atirei”, disse à época Cateano e, que chorou durante a reconstituição. Quando foi preso estava internado, sob escolta policial, inconsciente, na Santa Casa de Sertãozinho. Na noite em que a ex-mulher desapareceu, ele foi hospitalizado após crise convulsivo, com suspeita de envenenamento.

Interrogado pela equipe de policiais civis, sob o comando de Ricardo Turra, o criminoso assumiu a autoria do crime. “Ele confessou ter matado a ex-mulher por ciúme”.

O criminoso disse ter dado dois tiros na ex e que premeditou o crime. O corpo foi localizado onde o ex-marido indicará e acompanhou a equipe de policiais até o local. “Embora morássemos na mesma casa, não tínhamos mais relacionamento sexual. Então, meu filho de 3 anos me disse que a mãe teria namorado um homem em casa. Ela confirmou, disse pra mim que ia namorar. Aí, não. Depois de 17 anos juntos, não. Vou passar 17 anos na cadeia e um dia saio”, falou à época.

Além de estar nua, Nádia de Oliveira estava com o rosto desfigurado devido aos tiros. Caetano confessou ter comprado um revólver calibre 32. Depois, foi buscar, de motocicleta, a ex-mulher na empresa de aviação agrícola onde trabalhava, no Aeroclube de Ribeirão Preto, no Aeroporto Estadual Doutor leite Lopes.

Na época do depoimento, Caetano disse: “Quando parei no canavial ela percebeu que a coisa ia esquentar para o lado dela e tirou a roupa. Fizemos sexo. Mas eu não fui até lá só para isso e a matei”. Ele diz que jogou a arma do crime no Rio Pardo quando passava sobre uma ponte. Questionado se estava arrependido, disse: “Sim, estou. Estraguei minha vida e dos meus filhos de 19 e sete anos. Só me consolo porque eles estão com a minha mãe e, afinal, era o que eu queria mesmo”.

Tentativa de suicídio

André Luís Pinho Caetano ingeriu raticida e teve crise convulsiva. Finalizou dizendo: “Sou um porra louca”. A Polícia Civil diz que ele era usuário de drogas – exame de urina constatou a presença de cocaína em seu organismo -, e  juíza Joice Sofiati Salgado, da 2ª Vara de Jardinópolis, decretou a prisão do homicida, que já havia sido denunciado por Nádia com base na Lei Maria da Penha. Além de ser indiciado por homicídio qualificado – sem dar chance de defesa à vítima e com premeditação –, Caetano também respondia por estupro.

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