“Esta história de direita e esquerda não interessa pra ninguém”, afirma ex-presidente Michel Temer

Em entrevista ao Programa Mentoria Ribeirão, o político também falou sobre eleições e da missão humanitária ao Líbano

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Michel Temer, ex-presidente da República, participou ao vivo do programa Mentoria da última segunda (05) e comentou sobre o processo eleitoral 2020. Questionado se ele estaria esperançoso sobre o fim do radicalismo político, ele foi taxativo em dizer que esta situação não favorece o debate político. “Esta história, hoje em dia, de direita, de esquerda, de extrema direita ou extrema esquerda, não interessa pra ninguém do povo. Interessa para aqueles que rotulam as coisas”, dispara Temer. Ele ainda completa que o importante é o resultado do trabalho. “O que interessa o povo, principalmente os vulneráveis, é o resultado. Eu acho que esta questão de rótulo não existe mais. O que vale é o resultado. Se o resultado é positivo, o povo aplaude”.

Sobre recente levantamento divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que aponta que, nestas eleições, 116 cidades terão um único candidato concorrendo à prefeitura, o ex-presidente não demonstrou surpresa e fez duas análises da situação. “A primeira é que o prefeito foi tão bem que não surgiu adversário. Porque a eleição é um voto de confiança que referenda a administração do candidato. A outra análise é que, hoje, administrar uma prefeitura não tá fácil”, explica o político.

Temer ainda relembrou um desejo em relação ao sistema de governo brasileiro. “Uma coisa que eu tenho sustentado com muita frequência é a história no Brasil de um semi parlamentarismo que, com muita naturalidade, faria reduzir o número de partidos políticos no Brasil. Porque você reduzir por lei, você cria um gesto que hoje será tido como autoritário”, fala o ex-presidente.

O Brasil conta com 33 partidos políticos registrados e o TSE avalia a criação de mais 77 siglas.

O ex-presidente também falou sobre liberdade de imprensa e o papel do jornalismo. “Liberdade de imprensa é conteúdo da liberdade de informação. O povo tem que ser informado de tudo que acontece no país, daí a necessidade da liberdade de imprensa”, comentou Temer.

Durante a entrevista concedida para Chaim Zaher, Michel Temer também comentou sua viagem ao Líbano. De família libanesa, Temer chefiou a comitiva brasileira de missão de ajuda ao país que foi devastado após uma mega explosão no porto da capital Beirute. A explosão de quase 3 mil toneladas de nitrato de amônio, em 4 de agosto, matou pelo menos 163 pessoas, feriu mais de 6 mil e destruiu partes da movimentada capital.

Sobre o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro para Temer chefiar a comitiva, ele demonstrou gratidão. “Eu, agradavelmente surpreendido, concordei. Foi uma missão muito produtiva”, afirmou Temer.

O governo brasileiro mandou cerca de 6 toneladas de medicamentos e alimentos e segundo Temer, não foi apenas uma missão humanitária, mas também política. “Pedimos a pacificação interna do Líbano”, explicou o ex-presidente.

Para conferir a entrevista na íntegra, acesse: https://www.facebook.com/121703464611946/videos/434747834164160