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Transtorno do sono: uma nova epidemia

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Transtorno do sono: uma nova epidemia
Médica, Rivia Tirone é psiquiatra e psicanalista em formação

Olá pessoal! Vamos falar de outra epidemia?

Quem pensa que dormir é perda de tempo pode estar desprezando uma das mais importantes necessidades fisiológicas do nosso organismo, o que pode trazer graves consequências. O sono é tão importante quanto a alimentação ou a respiração.

Não ter um horário estabelecido para se deitar, muitas horas em frente de telas de eletroeletrônicos, muito envolvimento com redes sociais após 20 horas são fatores que podem contribuir para insônia e sono não reparador (aquele em que você dorme, mas acorda com sensação que não descansou).

Quando estamos dormindo, fechamos nossos olhos e nossos ouvidos permanecem captando qualquer sinal ou ruído. Além disso, nossa retina também capta luminosidade mesmo dormindo. Por isso, para uma boa noite de sono é necessário um ambiente escuro, sem luz de eletrônicos (tv, ar condicionado), luz de abajur, e sem ruídos ou vibrações, prezando por uma temperatura agradável, travesseiros e colchão adequados. Em suma, é necessário que seja feita a higiene do sono.

O ser humano foi programado para dormir ao escurecer e acordar ao amanhecer, sendo que dormir no período noturno é fundamental para reestabelecer funções hormonais, musculares, circulatórias, entre outras funções. É possível fazer uma analogia com o metrô que trabalha muitas horas por dia, porém, regularmente, tem um intervalo suficiente para receber seus reparos e então poder reiniciar sua atuação.

Nos dias atuais, muitas pessoas se apegam à ideia de serem extremamente produtivas, vivendo sob pressão constante para realizar cada vez mais atividades que demandam tempo acordado e consequentemente acabam com menos horas de sono. É recomendado por especialistas que o indivíduo durma efetivamente em torno de 1/3 do seu dia, algo razoável para sermos produtivos e mantermos a saúde física e mental, porém as exigências cotidianas geram a necessidade de que cada indivíduo tenha capacidade de gerir seu tempo e manter um padrão de sono adequado.

Fatores próprios do amadurecimento e envelhecimento podem contribuir para piora da qualidade do sono tais como menopausa, apneia do sono, doenças mentais e neurológicas, porém existem tratamentos que melhoram muito a qualidade do sono. Vale destacar que dormir mal pode desencadear outras doenças, como diabetes, hipertensão arterial, avc/derrame, infarto agudo do miocárdio, depressão e deficit no desempenho neuro psicológico.

O uso de medicações “para dormir”, geralmente a base de benzodiazepínicos, neurolépticos, indutores de sono deve ser realizado com cautela e com indicação médica. São medicamentos que não estão isentos de complicações agudas ou crônicas.

Portanto dormir não é pecado, é necessário! Busque ajuda profissional para orientações e durma bem.