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Paulo Freire x Olavo de Carvalho

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UMA PEQUENA PAUSA – Começo estas mal digitadas linhas pelo fim. Esta coluna e seu autor vão tirar alguns dias de férias e dar um descanso para os leitores. Portanto, fica aqui a justificativa para minha ausência nos próximos dias. Sei que este tipo de aviso geralmente fica para o final do texto, mas não consegui me segurar porque sei a falta que vou sentir deste desafio quinzenal de refletir para escrever. Então, já que a coluna começou diferente, vamos continuar os próximos tópicos desta forma, aleatoriamente.

A RISADA DE JESUS – Sempre tive esta curiosidade a respeito da vida de Jesus. Sendo um cara tão bacana, duvido que ele nunca tenha dado uma risadinha sobre alguma situação engraçada nos seus 33 anos de vida terrena. Será que na hora em que ele transformou água em vinho não teria levado a santa mão à boca para abafar uma gargalhada involuntária ao ver o espanto congelando a cara de alguma testemunha do milagre? Minha suspeita é que os autores das escrituras sagradas não tinham senso de humor ou não acharam conveniente mostrar este lado mais descontraído do Filho de Deus. Ou, então, Jesus nunca riu mesmo.

A PRIMEIRA TENTAÇÃO – O especial de final de ano do grupo Porta dos Fundos mexeu no vespeiro da religião ao querer fazer piada com a sexualidade de Cristo. Meu programa aqui na Thathi FM, o Embalos de Sábado, convidou o humorista Roberto Édson e o padre PH, da paróquia Santa Teresinha Doutora, para falar sobre a linha escorregadia que limita o humor. Uma instigante discussão onde aproveitei para perguntar ao padre PH sobre a risada  de Cristo. Ele disse que o humor do Messias se manifestava na forma de alegria pelas situações onde a fraternidade e o amor ao próximo  reinavam. Um humor sereno.

PIADA DO PADRE – Jesus manifestou outros sentimentos bem humanos, como a ira quando expulsou os vendilhões do templo e o medo nos momentos que antecederam a crucificação. Mas as piadas ficaram para os sacerdotes. Padre PH contou: Um menino saiu pela nave central da igreja emendando estrelinhas até o final da portaria. Parecia voar, as mãos mal tocavam o chão, os pés descreviam arcos no ar e assim o pequeno acrobata foi rodando com as pernas prá cima até chamar a atenção de duas senhoras rezadeiras: “ Nossa! O padre tá passando cada penitência esquisita….”.  Ao que a outra logo responde: “Justo hoje que eu vim desprevenida”. 

O EDUCADOR E O FILÓSOFO – O ano chega ao fim em clima de clássico de futebol, com as torcidas divididas entre esquerda e direita, globalistas e terraplanistas, criacionistas e darwinistas. E como em todo o clássico, a divisão provoca o ódio que por sua vez descamba em pancadaria nas arquibancadas. E como prometi uma coluna fora de ordem,  a explicação do título fica para o fim. Vi o confronto do educador com o filósofo numa singela formatura de colégio. Os oradores de espinha no rosto falaram sobre amizade, os bons momentos vividos em turma, sobre a saudade que já estão sentindo, mas quando foram se referir à educação, um citou o ideólogo do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, e o outro homenageou o inimigo da hora do governo, o educador Paulo Freire, chamado de energúmeno pelo presidente Jair.  Saí dali dividido como o país: emocionado com a eterna força da juventude e com uma baita pulga atrás da orelha.  O que será, que será?