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A pandemia e a consagração da imbecilidade

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A pandemia e a consagração da imbecilidade

A pandemia, ora pois, a pandemia. Tema chato, porém necessário. E, claro, tem sempre a polêmica. Vamos a ela.

Essa pandemia nada mais representa do que a consagração da imbecilidade. Da incapacidade humana elevada ao seu grau máximo, que incluem exemplos que vão da fraude ao auxílio emergencial ao processo de licitação superfaturado.

Mas esse texto não é essencialmente sobre política. Vamos começar com o lado humano da coisa.

E nada mais atual do que falar, primeiro, dos imbecis.

A começar pelos que insistem em fabricar decretos sem entender absolutamente nada. Da vida, inclusive. Não sabem nem como resolver suas próprias existências medíocres, mas querem, com a arrogância e petulância que os caracteriza, tentar ordenar o caos.

A imbecilidade, por sinal, é democrática. Inclui desde o mito com histórico de atleta até o aprendiz de mito surubeiro, incuíndo ai, também, corredores de todos os tipos.  Nacionais e internacionais, inclusive.

Os idiotas com a caneta não encontram limites, nem coloração partidária. Existem à direita e a esquerda, sem esquecer, porsupuesto, do glorioso centrão. E estão presentes também no Legislativo e no Judiciário, ah, o Judiciário, este poder tão pródigo em acolher imbecis que se acham a fina flor da erudição, verdadeiros salvadores da pátria togados.

Santa ingenuidade, Batman.

Mas sim, sem delongas, é no povão que os exemplares abundam. E, se abundam, é nas redes sociais que esse tipo de gente encontram o campo fértil para se desenvolver plenamente. É o melhor adubo possível.

Lá, geralmente há dementes de todas as matizes. Mas a pandemia amplia ainda mais o efeito. Na segurança do anonimato inexistente, essa raça escolhida de pessoas não se contenta com menos do que destilar publicamente toda sua incapacidade e falta de noção. Isso sem dizer da necessidade de expressar sua falta inteligência, de que se orgulham como se fosse um título mundial.

Não basta ser demente, tem que publicizar, diz o novo ditado.

É o tipo de gente que se se leva a sério demais. Que se aglomera para fazer caminhada, mas, claro, com máscara. Que vocifera para que se fique em casa, em isolamento, mas não dispensam a empregada. Hipocrisia is the new black.

É o idiota que repetiu de ano duas vezes na escola, mas se julga expert em política internacional. Ou saúde. Ou em jo ken po. O céu é o limite pra esse tipo de gente que, em situação normal e salutar, seria ridicularizada em praça pública. Tempos sombrios, são aplaudidos em praças virtuais.

O Brasil é efetivamente pródigo em criar tipos hilários.

Desses, entrementes, o idiota com consciência social é o mais recente deles.

Usa máscara, mas protege o queixo com ela. Anda no carro sozinho com a devida proteção, mas vai ao calçadão comprar bijuteria. Critica o presidente no Facebook, mas não vê a hora de fazer um pancadão na perifa. E assim caminha a humanidade.

A passos de formiga, e sem vontade, como diria a canção.

Mas há o que seja bom. Quebramos, por exemplo, paradigmas importantes. Provamos que, de fato, Darwin errou feito ao falar de evolução. O ser humano é a prova que ela não existe.