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A história do padre inventor

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A história do padre inventor
Zequinha Viana
Padre Antonio D´Angelo

Vamos conhecer mais esta história de Ribeirão Preto. Viajar no tempo e tentar entender por que alguns inventos não foram aperfeiçoados, por que não existem hoje?

Contei a história do etanol, combustível que é centenário e ganhou força na década de 1930, principalmente com o Ford T de 1925, que foi produzido especialmente para usar este combustível, sobre o qual Coronel Quito Junqueira tinha orgulho de dizer: “combustível nacional é nosso”.

Nesta mesma época, um membro do clero de Ribeirão Preto, o imigrante italiano Rev. Padre Antônio D’Ângelo, com o apoio do Bispo Dom Alberto Gonçalves, teve autorização para viajar para os EUA afim de requerer a patente de sua invenção e conseguir investidores para produção.

Sua invenção consiste em um motor que não necessita de combustível, onde apenas para dar o start precisaria de uma bateria, que acionaria um motor elétrico ligado a um gerador. Essa peça abastecia todo mecanismo, produzindo energia, consumindo uma pequena parte da energia produzida e fornecendo energia excedente para outros equipamentos.

Parece o sonho de um maluco, como sempre foi tratada a maioria dos inventores, pois a história nos conta como grandes invenções foram recebidas com espanto e resistência pela humanidade. Mas inventores como o padre sempre encontraram quem os apoiavam para seguir em frente como este invento, como foi, nesse caso, o bispo de Ribeirão Preto.

Assim como também é comum, houve uma disputa de patentes, pois um americano havia desenvolvido um motor para o aeroplano de brinquedo do filho, que não dependia de combustível. Mas o invento americano acabou não passando nos testes por depender de outros recursos para manter o motor do aeroplano funcionando.

Já o invento do padre foi aprovado nos testes e patenteado, depois vendido por um grande valor para os industriais americanos. Terminado o registro da patente, a venda voltou para o Brasil a fim de conseguir investidores para fabricação aqui, pois estava previsto na venda um acordo que o padre poderia produzir no Brasil, país onde ele desenvolveu e encontrou apoio para realizar seu sonho desde o seminário na Itália.

A aplicação deste mecanismo poderia ter sido utilizada desde em automóveis, aeronaves, caminhões e até mesmo em trens.

O tempo passou e o invento não obteve o sucesso esperado, entretanto.

Resgato esta história e deixo a pergunta: porque é apenas um registro histórico?

Popular Science Monthly (July 1928, p. 26) – revista trouxe a invenção do padre