Startup de Ribeirão cria tecnologia que permite misturar ômega 3 com água

Yosen, ligada ao Supera Parque, foi destaque na maior feira alimentícia da América Latina; tecnologia rendeu prêmio na categoria Melhor Inovação em Ingredientes Alimentícios

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A Yosen Nanotechnology, startup ligada ao Supera Parque de Inovação e Tecnologia, de Ribeirão Preto, saiu vencedora do Start-up Innovation Challenge, na categoria “Melhor Inovação em Ingredientes Alimentícios”. A premiação é parte integrante da Food Ingredients South America (FiSA) 2019, o evento mais completo de ingredientes alimentícios da América Latina, e aconteceu no dia 20 agosto, em São Paulo. A empresa venceu com uma nanotecnologia que permite que o ômega 3 seja solúvel em água e, portanto, facilmente adicionado em qualquer meio líquido, como sucos e bebidas.

Gustavo Cadurim de Oliveira, CEO da Yosen comemora o bicampeonato. “A premiação é um excelente reconhecimento do potencial de nossa tecnologia. Estamos cumprindo nossa missão de aproximar a nanotecnologia do setor de nutrição. Esperamos nos estabelecer como uma empresa que oferece tecnologia de forma sustentávelsegura e natural. O futuro é realmente promissor”, diz.

A empresa, que já havia vencido na mesma categoria em 2018, participou pela primeira vez no evento como expositora e se surpreendeu com o resultado do evento: “Em 3 dias de evento, recebemos a visita de mais de 150 empresas, de diferentes países. Fomos sondados por investidores e grandes empresas do mercado de ingredientes, procurando estabelecer parcerias. Tivemos nosso trabalho reconhecido e isso é muito gratificante. Agora é continuar trabalhando e seguir crescendo.” Afirmou Cadurim.

Tecnologia

As nanopartículas desenvolvidas pela Yosen podem ser incorporadas em qualquer alimento, seja líquido, sólido ou semissólidos. Dessa forma, um suplemento alimentar como o ômega 3, por exemplo, poderá ser diluído pela indústria em seus produtos, como alimentos. Também pode ser ingerido diretamente ou adicionado pelo próprio consumidor aos produtos que ele usa. “O consumidor poderá adicionar o ômega 3 ao seu suco, por exemplo. E uma empresa interessada em enriquecer o seu produto com ômega 3 poderá adicionar facilmente as nanopartículas na sua fórmula”, conta.

Para garantir o processo industrial, a Yosen conta com uma planta de fabricação própria, com capacidade para entregar grandes volumes de produtos, com ótimo custo efetivo.  A empresa também atua e tem projetos na área farmacêutica, cosmética, veterinária e agroquímica.

De acordo com Cadurim, o uso da nanotecnologia pelo setor alimentício é uma tendência de inovação. “Com o surgimento de startups no setor, existe grande expectativa em produtos inovadores, com ganhos expressivos de qualidade e economia”, diz. “Trazemos para o mercado a tecnologia NutraSolve, que substitui as cápsulas e comprimidos, utilizados em suplementação, por algumas gotas do produto”.

De acordo com o CEO, o sistema permitirá um ganho de competitividade para a indústria brasileira e economia para o consumidor. O preço de produtos que usam a tecnologia, que serão fabricados no Brasil, deve ser até 50% menor do que similares fabricados hoje fora do País.

A técnica é revolucionária pois a empresa utiliza apenas ingredientes naturais construindo sistemas de liberação inteligentes, incorporando uma alta concentração de nutrientes, mantendo o produto transparente e solúvel em água. “Com esta tecnologia, conseguimos aumentar muito a absorção dos nutrientes, em até 10 vezes, reduzindo o tamanho da dose. Também melhoramos a estabilidade dos ingredientes ativos e podemos mascarar o sabor e o odor desagradáveis. Tudo isso utilizando apenas ingredientes naturais, livre de polímeros ou tensoativos sintéticos, utilizados pela maioria das empresas do setor”, ressalta.

Indústria

Gustavo Cadurim explica que a nanotecnologia movimentou USD 300 milhões de dólares em 2018, somente na área da saúde. “Com a nova tecnologia, poderemos auxiliar o desenvolvimento de produtos verdadeiramente inovadores, elevando a qualidade de vida dos consumidores”, ressalta.Além da indústria de ingredientes nutricionais, a empresa percebeu um grande interesse do setor produtivo de essências e aromas, um mercado com uma infinidade de vertentes comerciais.  Devido as características proporcionadas pela nanotecnologia, como facilidade de uso, mascaramento indesejável de odores e sabores e entrega eficaz de nutrientes, o mercado de sabores e fragrâncias encapsulados acumulou uma remuneração de mais de US $ 6 bilhões em 2018.

“Percebemos um grande potencial em diferentes setores da cadeia de alimentos e suplementos. Em um futuro muito próximo, a nanotecnologia estará presente na maior parte dos produtos que consumimos”.