Conselho expulsa Gérson Engrácia e Botafogo vai cobrar prejuízo na Justiça

Ex-presidente é acusado de gestão temerária e caso deve ir para Justica

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O Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube decidiu, nesta segunda-feira (30), pela expulsão do ex-presidente Gérson Engrácia Garcia. Além disso, uma assembleia também determinou que o clube deverá processar judicialmente Gersinho por dipostos prejuízos causados na relação do clube com a Botafogo Futebol SA.

A decisão foi tomada após o voto favorável de 42 dos 45 conselheiros presentes.

Engrácia é acusado de exercer gestão temerária por ter assinado contratos com a Botafogo S/A sem o aval do conselho. Para expulsá-lo, era necessário o apoio de mais de dois terços dos presentes.

Após a decisão, Gérson será excluído do quadro de membros associados e não poderá mais assumir mais nenhum cargo que esteja relacionado ao Pantera.

Baixa presença 

Em sua página, mais cedo, o Conselho deliberativo solicitou a presença dos conselheiros para participarem da decisão, no Estádio Santa Cruz. “Pedimos a presença de todos os conselheiros em dia com as mensalidade e todos os proprietários de cadeiras cativas e camarotes aptos ao voto”.

Apesar disso, a presença de conselheiros foi baixa. 

De acordo com o comitê de ética do Botafogo Futebol Clube, os papéis assinados por Gersinho em negociações com  BFSA e a Trexx, empresa do investidor Adalberto Baptista, são lwsivos ao BFC e não estão de acordo com o estatuto da associação.

Gersinho não esteve presente, mas enviou advogados às reuniões, que negaram as irregularidades e afirmaram que os contratos ocorreram dentro da legalidade.

Para Daniel Pitta Marques, conselheiro e um dos autores do parecer que pediu a exclusão, reforçou as acusações e salientou que agora a questão deve ser judiaalizada.

O caso

A ameaça de expulsão do ex-presidente começou em 2019, após suspeitas de que Garcia teria realizado uma gestão temerária ao assinar os contratos com o Botafogo Futebol SA, empresa que gere o futebol do clube e explora o uso do estádio Santa Cruz, sem o aval do Conselho. Na época, o Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol Clube instaurou um processo administrativo, após requerimento assinado por 20 conselheiros.

O caso foi divulgado com exclusividade pelo Portal da Thathi. Durante a mesma reunião, o Conselho instituiu ainda uma comissão, com três membros, para acompanhar os trabalhos do Conselho Fiscal, responsável por analisar as contas do clube referentes a 2018, quando o presidente era Gérson Engrácia.

Em fevereiro de 2020, o Conselho Deliberativo do Botafogo Futebol aprovou o parecer do comitê de ética que recomendava a exclusão do ex-presidente dos quadros associativos da entidade.

De acordo com o parecer, Gerson é investigado por uma série de atos de ação temerária feitos durante sua gestão no comando do Botafogo Futebol Clube e da Botafogo Futebol SA. Entre eles está a omissão na defesa dos interesses do Botafogo, que teriam levado à perda do refinanciamento de dívidas federais, o que ampliou a dívida do Botafogo em aproximadamente R$ 25 milhões.

O ex-presidente chegou a contestar a deliberação na Justiça, mas o pedido foi rejeitado. O processo, entretanto, ficou paralisado à espera da decisão judicial. Com o aval da Justiça, houve a votação.