Adalberto quebra silêncio, parte para o ataque e chama gestão Dmitri de “irresponsável”

Durante entrevista, ele admitiu que Botafogo deve a ele mais de R$ 6,2 milhões; investidor também teceu insinuações envolvendo o conselheiro Miguel Mauad

Adalberto Batista, investidor na BFSA, tentou "peitar" a FPF- Foto: Reprodução / Grupo Thathi

Adalberto Batista soltou o verbo e partiu para o ataque. Em entrevista coletiva realizada no estádio Santa Cruz, o investidor comentou os contratos celebrados pela sua empresa, a Trexx, e a empresa Botafogo Futebol SA. (BFSA), mas o destaque ficou por parte dos ataques proferidos contra o presidente do Botafogo Futebol Clube (BFC), Dmitri Abreu. A gestão dele foi chamada de “irresponsável” durante a coletiva.

Adalberto afirmou, ainda, que tem um crédito pessoal a receber de R$ 6,250 milhões a receber do Botafogo. “Se eu quisesse ficar com o Botafogo, era só entrar com uma execução e pedir pra penhorar as ações, o estádio”, disse.

Criticando diretamente o presidente Dmitri Abreu, Adalberto Batista acusou a gestão de ser irresponsável. “Eu temo, da forma como o Botafogo Futebol Clube vem sendo gerido, é pouco provável que ele consiga salvar os 60% das ações, e mesmo esse estádio. Se não tiver uma gestão no mínimo responsável, eu temo (…) se continuar uma gestão irresponsável do jeito que está, eu não tenho dúvida que o patrimônio do Botafogo Futebol Clube corre risco”, disse Batista.

Além de apontar os canhões contra o presidente do BFC, Adalberto também disparou contra o Miguel Mauad, integrante tanto do Conselho de Administração da empresa BFSA quanto do BFC. O investidor disse que Miguel Mauad tentou vender terras dele às margens da Anhanguera para que o centro de treinamento da base do Botafogo fosse construídos no local. “Eu mandei avaliar e estava um preço muito acima da avaliação. Aí eu falei que não havia interesse. Coincidentemente, depois dessa negativa, a gente acabou tendo alguns votos divergentes”.

Em outro momento, voltou a citar Mauad como “grande defensor da parceria”. “Infelizmente, a gente acabou tendo um certo desacordo pessoal. Coincidentemente, ele [Mauad] passou a votar contra. Não posso acusar ninguém, mas é uma coincidência”.

Outro lado

Procurado, Miguel Mauad classificou as declarações de Batista como “aberração”, mas disse que não iria responder no momento. “Muita gente me conhece na cidade, tanto no aspecto profissional quanto minha integridade pessoal. O Adalberto quis insinuar que eu quis levar alguma vantagem, tirar vantagem do Botafogo, e só posso dizer, agora, que isso nunca ocorreu”, disse.

O presidente Dmitri Abreu, por sua vez, lamentou a postura. “Sempre vou tentar o diálogo, mas a cada dia tem ficado mais difícil. Ele [Adalberto] não falou apenas de mim, falou de uma série de profissionais, inclusive de grandes nomes da cidade e do Botafogo. Para alguém que diz entender tanto de negócio,  penso que ele deveria ter falado menos de pessoas e mais de negócios”, disse.

Sobre problemas em sua gestão, Dmitri afirmou que está tentando melhorar a situação do Botafogo Futebol Clube, que não tem como pagar suas contas hoje. “Como posso ser acusado de irresponsabilidade se não tivemos a chance de negociar nada? Pegamos o clube com as divisões de receitas e despesas já feitas. O que tem a administrar? Estamos tentando restabelecer a justiça do acordo”, disse Dmitri.

Ele também declarou que considera má-administração o fato de o projeto original de construção da Arena Eurobike ter sido orçado em R$ 5 milhões e ter custado, ao final, R$ 15 milhões. “Acho que isso sim é um caso de má-gestão e não é minha. Podem pesquisar minha história, nunca jogaram sal nos lugares em que passei depois que eu fui embora. Nunca deixei terra arrasada”, informou.

Contatos

Adalberto deu sua versão sobre os contratos assinados entre a Trexx e a empresa BFSA. Defendendo que tudo foi feito dentro da legalidade, atacou quem, na visão dele, tem interesses pessoais em impedir os negócios da empresa BFSA. .  “As pessoas querem criar o caos, e começam a atacar a gestão da SA”, disse.

Informou, ainda, que o contrato, no qual a Trexx fica com 100% das receitas de exploração da espaço dos bares e do espaço kids da Arena Eurobike, além das receitas com venda de bebidas e alimentos, foi bom para o Botafogo. Segundo ele, a Botafogo Futebol SA receberá 85% de uma renda estimada em R$ 800 mil, e a Trexx ficará com 15% das receitas, algo em torno de R$ 150 mil. “Foi um ótimo negócio para o Botafogo”, disse.

Ele ainda minimizou o fato de o Conselho do Botafogo Futebol Clube não ter tido acesso ao contrato de investidor. No argumento de Batista, trata-se de um contrato entre Botafogo Futebol SA e Trexx.  “Isso foi apresentado no Conselho de Administração da SA. Tem quatro representantes do Botafogo Futebol Clube, que discutiram isso e acharam que era bom”, disse.

Erro

Adalberto também admitiu que há uma falha no contrato, que indica que os R$ 120 mil pagos ao BFC como cessão de superfície não terão reajuste pelo prazo da parceria. Ele informou que pretende corrigir o documento, indicando um índice de reajuste. Batista garantiu que o índice será aplicado já no primeiro aniversário do contrato.

Adalberto informou, ainda, que não disponibiliza documentos de contratos e balancetes para os integrantes do Conselho de Administração da BFSA por supostos vazamentos de informações. Ele informou que os assuntos foram debatidos, mas que os conselheiros não receberam cópias dos documentos para análise.

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