Escolas de São Paulo voltam a receber presencialmente 100% dos estudantes

A volta presencial ainda não será obrigatória.; expectativa é de que a obrigatoriedade passe a valer a partir de setembro

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Imagem ilustrativsa de uma sala de aula Foto: Agência Brasil

A partir desta segunda-feira (2), as escolas estaduais, municipais e particulares do estado de São Paulo voltaram às aulas presenciais, podendo atender até 100% dos estudantes. As aulas foram suspensas pelo governo paulista no início da pandemia, em março do ano passado. No início deste ano, as aulas foram retomadas, mas havia limite de 35% na capacidade de ocupação.

A volta presencial ainda não será obrigatória. A expectativa é de que a obrigatoriedade passe a valer a partir de setembro. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, caso o estudante ou sua família queiram permanecer com as aulas remotas ou online, o responsável legal deverá comunicar, por escrito, à unidade escolar, comprometendo-se a manter a frequência do aluno de forma digital.

As escolas vão poder atender 100% dos alunos desde que seja obedecido o limite de um metro de distanciamento entre eles. Cada escola ficará responsável por estabelecer esse limite de acordo com a sua capacidade física. Se a escola não puder receber a totalidade dos alunos de forma presencial, ela poderá adotar um sistema de revezamento.

Sociedade de Pediatria

Por meio de nota, a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) disse que os pais não precisam ficar temerosos em mandar seus filhos para as escolas neste momento da pandemia. Segundo a entidade, pesquisas têm demonstrado que as crianças não são grandes transmissoras do vírus e não costumam evoluir de forma grave.

“A pandemia de Covid-19 tem afligido todo o planeta e tem sido especialmente grave em nosso país, com mais de meio milhão de brasileiros perdendo suas vidas precocemente. Não obstante a isto, o número de crianças afetadas de forma grave e que evoluíram de maneira desfavorável foi relativamente pequeno”, disse Fausto Flor de Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Professora conversa com alunos em sala de aula de escola de São Paulo – Foto: Agência Brasil

“As pesquisas realizadas no Brasil e no exterior têm demonstrado que crianças não são grandes espalhadoras do vírus, que costumam ter quadros leves a moderados e quase metade delas são assintomáticas”, explicou

Para Carvalho, a ausência das aulas presenciais tem provocado outros danos às crianças, como distúrbios alimentares e de relacionamento interpessoal (distanciamento dos amigos e contato apenas com adultos), além da dificuldade de concentração. “Assim, cremos que é momento adequado para retomada de aulas presenciais. Os pais devem trabalhar com os filhos sobre as medidas de proteção e devem estar em contato com a escola. Qualquer sintoma respiratório a criança deve ser afastada e procurar o serviço médico para diagnóstico. Uma boa comunicação entre pais, escolas e profissionais da saúde vai colaborar para uma volta mais segura e com mínimos riscos a todos”, disse.

Já o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) é contra a volta às aulas neste momento. Para o sindicato, a volta as aulas presenciais só deveria ocorrer após os professores terem tomado a segunda dose da vacina contra a covid-19. “Mais do que ninguém sabemos que o lugar dos professores e estudantes é nas escolas, mas não é este o momento”, diz o sindicato.

“O processo de vacinação dos profissionais da educação e da população está em curso. Portanto, não existe o menor sentido no retorno às aulas presenciais em agosto. Há professores que só receberão a segunda dose da vacina em setembro. Apenas após a vacinação de todos com a segunda dose e a garantia de todos os protocolos sanitários para garantir a manutenção do controle da pandemia é que poderemos retornar às escolas”, disse o sindicato em comunicado publicado em seu site.