“Queda dos juros não tem volta”, diz ex-presidente do Banco Central

Ilan Goldfajn esteve em Ribeirão a convite do Grupo Thathi; ele falou sobre a conjuntura econômica brasileira

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“O mundo mudou e a queda dos juros é um fenômeno mundial, com reflexos no Brasil, e que definitivamente não tem volta”. A análise é de Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central do Brasil e atual comandante do Credit Suisse Brasil, que esteve nesta quarta-feira (27) em Ribeirão Preto, a convite do Grupo Thathi de Comunicação.

O ex-presidente do Banco Central palestrou, por cerca de uma hora, no anfiteatro do Instituto SEB para uma plateia de convidados. Ele falou sobre o momento atual da economia brasileira, que considera estar “no caminho certo, a menos que ocorram, na condução econômica, mudanças não planejadas”.

Para Goldfajn, a alta do dólar ocorre, entre outros fatores, devido à instabilidade em vários países, especialmente no caso da América do Sul, muito instável economicamente, aliado à escassez de investimento. “As pessoas estão procurando segurança, o que implica no investimento. Há um excesso de liquidez mundial e as pessoas preferem deixar o dinheiro guardado”, declarou.

Reformas

Ele também comentou a economia brasileira e defendeu as reformas. “As reformas são essenciais para poder alavancar o crescimento, mas não hoje e sim no futuro. Hoje temos uma recuperação que gera um pouco de ânimo, mas a grande mudança é ao longo do tempo quando fica mais fácil para fazer negócio e para produzir”, disse.

Ainda segundo Goldfajn, o conflito político entre apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva significa um desafio a mais no processo de recuperação da economia do país.

Sobre Ilan Goldfajn

Ilan foi presidente do Banco Central do Brasil de junho de 2016 até março de 2019. Em 2018, foi eleito “Central Banker of the Year” pela revista The Banker. Ilan foi economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, sócio-fundador da Ciano Investimentos e sócio da Gávea Investimentos. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Brandeis University (EUA).

Ao longo de sua carreira, publicou diversos artigos e livros e atuou como consultor de organizações internacionais (como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Nações Unidas), de outros bancos internacionais e brasileiros e do governo do Brasil.

É formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tem mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado em economia pelo Massachusetts Institute of Technology.