Detecta desmente defesa e Duda Hidalgo se complica

Sistema Detecta aponta dados diferentes dos apresentados pela vereadora

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Em pelo menos seis oportunidades, as informações dadas pela vereadora Duda Hidalgo (PT) ao Conselho de Ética da Câmara sobre o uso do carro público utilizado por ela contrastam com dados enviados pelo sistema de monitoramento Detecta. A vereadora deve ter que explicar as diferenças entre a versão dela, que indicou estar em Ribeirão Preto nas datas, e a do sistema, que mostraram que o carro utilizado por ela estava em São Paulo. A vereadora afirma que os dados informados pelo Detecta estão errados.

O primeiro caso ocorreu em 19 de junho, mesma data em que ocorreu uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, na capital de São Paulo. Na acusação que corre contra ela na Câmara, o munícipe informou que a parlamentar teria utilizado o carro público para participar do evento. Em sua defesa, a vereadora afirmou que a acusação foi feita sem provas. 

No informe de utilização do carro de Duda, consultado através do Portal da Transparência da Câmara, não consta nenhuma viagem a São Paulo, mas o carro funcional da vereadora foi flagrado pelo sistema do Detecta às 7h30 da manhã, no dia da manifestação anti-Bolsonaro, na Radial Leste, via da capital bandeirante. 

O relatório de junho mostra ainda que a parlamentar declarou que, no dia 22 de junho, estava no Jardim Irajá, em Ribeirão, embora câmeras de monitoramento tenham registrado o veículo na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.  

Falta de dados 

Analisando apenas o mês de junho de 2021, a parlamentar indicou apenas quatro itinerários para o uso do carro oficial, todos eles dentro de Ribeirão. As câmeras do detecta, entretanto, fraglaram o carro da parlamentar em seis oportunidades na capital bandeirante. 

Outro lado 

Procurada, Duda Hidalgo informou que dispõe de um relatório detalhado e provos que mostram que as informações do Detecta estão erradas.

“Temos comprovação de que em nenhuma dessas datas estávamos em São Paulo. É possível me ver em sessão diretamente de meu gabinete em dias registrados, como o dia 10 de junho e, na data 19 de junho, dia de ato nacional contra o governo genocida de Bolsonaro, eu estava em repouso após um acidente doméstico, com todos os exames e atestados médicos, e toda a minha equipe, sem exceção, estava no ato que ocorreu em Ribeirão Preto, cujas fotos, inclusive, estão publicadas em minhas redes sociais”, disse a parlamentar.

“Inclusive o sistema apontou viagens antes mesmo de termos recebido o carro da câmara, que só ocorreu em meados de abril. Esses dados estão sendo analisados pela nossa equipe jurídica e serão questionados no processo, uma vez que não refletem de forma alguma a realidade”, disse.

Perseguição

A parlamentar informou ainda que o processo de cassação trata-se de perseguição política. “Este processo não passa de perseguição política propagada por um candidato derrotado nas últimas eleições que busca se promover as custas de nosso trabalho sério e competente para o povo ribeirão pretano. Não serei intimidada e provarei minha inocência de todas essas falsas acusações”, disse.