Supermercado demite segurança que agrediu morador de rua em Ribeirão

Trabalhador prestava serviço terceirizado à Rede Dia; caso ocorreu no último dia (20) e foi flagrado por imagens de uma câmera de segurança

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O supermercado Dia demitiu, nesta terça-feira (29), o segurança terceirizado que agrediu um morador de rua, em um ponto de ônibus no centro de Ribeirão Preto, no dia 20 de junho. O caso foi denunciado após imagens de uma câmera de segurança que registrou a ação terem sido divulgadas. 

Em nota, o supermercado informou que o prestador de serviços não faz mais parte do quadro de funcionários da rede, “embora o fato tenha acontecido fora da loja e, segundo a empregadora do prestador de serviço, após seu expediente”. 

O estabelecimento disse ainda que colabora com as autoridades locais que investigam o caso e que “está empenhado no aperfeiçoamento da capacitação de seus profissionais, sejam próprios ou de prestadoras de serviços, e não compactua, bem como repudia, qualquer postura ou atitude violenta”.

Entenda 

O caso ocorreu em um domingo (20) em um terminal rodoviário, na rua  Visconde de Inhaúma, no centro de Ribeirão. Imagens de uma câmera de segurança mostram um segurança da empresa Gamboa, que presta serviço terceirizado ao supermercado Dia, agredindo um morador de rua, 68.

O morador de rua vive da coleta de material reciclável e andava pelo terminal quando foi pego de surpresa pela violência do segurança. A cena foi registrada por uma câmera de segurança do local. Nas imagens, é possível ver o momento em que o segurança dá uma rasteira no homem, que cai em cima dos assentos do terminal. Veja abaixo. 

Comoção 

A situação gerou revolta e rendeu uma denúncia no Ministério Público, realizada pelo promotor Paulo José Freire Teotonio, que chegou a dizer que o caso pode ser enquadrado como tortura e pediu para que um inquérito policial fossse instaurado para investigação. 

Em nota, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da 12ª Subseção da Seccional Paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ribeirão Preto, disse repudiar o caso e cobrou que os poderes públicos e privados tomassem providências. 

“Causa ainda mais revolta e indignação a demora e o silêncio das empresas envolvidas e dos poderes públicos na apuração das ocorrências, tendo sido necessário que o Ministério Público requeresse abertura de inquérito e investigações. O que teria ocorrido, no entanto, se não houvesse câmeras de segurança?”, questionou a Comissão. 

Já a prefeitura da cidade informou que procura pelo morador desde que o caso ocorreu e que, inclusive, chegou a mostrar as imagens da câmera de segurança para usuários dos equipamentos sociais, mas ninguém o reconheceu, “porém até agora ele não foi encontrado”.