Saúde despenca e faz Ribeirão cair em ranking de qualidade de vida de idosos

Dos oito indicadores analisados, Ribeirão teve desempenho pior em cinco deles na comparação com 2017

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Idoso em rua de cidade brasileira - Foto: Agência Brasil

A nota dada à saúde em Ribeirão Preto despencou quase 60 pontos percentuais e retirou Ribeirão Preto da lista das melhores cidades para os idosos viverem. O dado foi elaborado pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e coloca a cidade na 33º posição entre as cidades de grande porte do país. A nota da saúde passou de 73 para 30.

Entre os indicadores analisados, Ribeirão piorou em cinco (saúde, cultura, educação, finanças e o ranking geral), um manteve-se estável (bem estar) e dois melhoraram (habitação e indicadores gerais). A pontuação geral da cidade caiu de 78 para 71 em relação a 2017, último ano da comparação.

Chamado de Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), o indicador considera dimensões como cuidados de saúde, bem-estar, finanças, habitação, educação e cultura, além de indicadores gerais de desemprego, expectativa de vida e violência. Entre os diversos itens avaliados, os únicos em que a cidade está entre as dez melhores do país é o número de agências bancárias na cidade (nona colocação) e instituições de longa permanência para idosos (4º).

A pesquisa selecionou as mil cidades mais populosas do Brasil e as separou em dois grupos: as 300 maiores e as 700 menores. Para cada grupo, então, foi elaborado um ranking, e o resultado mostra que, em ambos os casos, as dez primeiras posições são ocupadas majoritariamente por cidades paulistas.

Entre as maiores cidades, que inclui Ribeirão, São Caetano do Sul e Santos lideram a lista, que tem ainda São Paulo na quarta posição, Atibaia, na oitava, Catanduva, na nona, e Americana, na décima. Fora essas, Porto Alegre (RS) aparece na terceira posição, Florianópolis (SC), na quinta, Niterói (RJ), na sexta, e Rio de Janeiro (RJ), na sétima.

Já entre os municípios menores, os nove primeiros são cidades paulistas: Adamantina, Vinhedo, Lins, São João da Boa Vista, Itapira, Tupã, Fernandópolis, Votuporanga e Dracena. Esteio, no Rio Grande do Sul, completa o top 10.

Análise

O diretor executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, Henrique Noya, avalia que as cidades mais bem posicionadas da lista não necessariamente são as que têm mais dinheiro disponível para investir.

“Passa por uma questão de bom uso dos recursos, mas também pelo foco por naquilo que a gente considera importante para promover qualidade de vida”, afirma ele, que pondera que algumas cidades podem ser consideradas bons exemplos em alguma dimensão específica, apesar de terem uma colocação menos destacada no ranking geral: “Não existe uma cidade perfeita nos sete indicadores. Elas sempre têm alguma coisa para melhorar em algum ângulo”.

Henrique Noya lembra que o envelhecimento populacional é uma realidade no país e defende que o tema esteja presente nas eleições municipais deste ano. “É muito importante levar essa questão da mudança demográfica para todos os palanques. Na verdade, a gente vive em cidades e não no país. O núcleo principal da nossa vida é a cidade em que a gente vive”, afirma ele. “Uma cidade que está preparada para oferecer qualidade vida a uma população com mais idade, está muito preparada para oferecer isso a qualquer idade”.