Profissionais da saúde de Bebedouro superam dificuldades da pandemia por meio da música

Profissionais do Hospital de Amor fazem apresentações musicais para trazer conforto a colaboradores e pacientes

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Foto: Divulgação

Há mais de um ano em pandemia, médicos, enfermeiros e profissionais da área da saúde estão na linha de frente da Covid-19 enfrentando a morte, o medo, a perda e o luto. Diante da pressão que cerca esses profissionais, surgem iniciativas como a do Hospital de Amor de Bebedouro, que busca trazer fôlego por meio da música. 

A ideia de tocar músicas nas dependências do Hospital partiu dos próprios profissionais da saúde. Em entrevista exclusiva ao Grupo Thathi o enfermeiro Leonardo Nogueira de Matos conta que essa é uma tentativa de promover um momento de acolhimento, reflexão e humanização tanto aos pacientes quanto aos colaboradores. 

“A pandemia está levando nossos colaboradores ao colapso por exaustão devido à carga de trabalho, a tensão do dia a dia e as altas taxas de óbitos prejudicam ainda mais a saúde mental de todos”, conta. 

Com violões, violinos e a própria voz, voluntários, médicos, enfermeiros e profissionais que atuam nos setores de engenharia e almoxarifado do Hospital, fazem apresentações musicais, na tentativa de trazer conforto para as batalhas que os trabalhadores, pacientes e familiares enfrentam desde o início da pandemia. 

“Nossos pacientes ficam sozinhos, só enxergam pessoas de máscaras e pacientes ao seu lado evoluindo a óbito. É um verdadeiro trauma psicológico”. Por isso, conta Matos, “a música vem para trazer luz, energia positiva e transmitir que dias melhores estão por vir”. 

Saúde Mental

Para a psicóloga Gabriela de Oliveira Haleplian, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, ações como essas são muito importantes para promover o cuidado com o psicológico desses profissionais, pois “estão inseridos em um contexto muito ameaçador de um trabalho que tem gerado um esgotamento emocional e riscos sua saúde mental”. 

“Estar neste ambiente conectado com outro olhar voltado para a arte, que é a música, traz leveza”, conta a Gabriela, “enquanto psicóloga, parabenizo a instituição por levar esse olhar humano, a arte e a cultura neste espaço que tem sido tão difícil de ser vivenciado diariamente”.