Prefeitura não garante pagamento e motoristas devem permanecer em greve na terça

Para consórcio Pro-Urbano, situação é de colapso; empresas foram notificadas pela Transerp

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Terminal de ônibus em Ribeirão Preto. Foto: Divulgação

Depois de uma paralisação parcial das atividades, os motoristas de ônibus do transporte coletivo de Ribeirão Preto devem permanecer parados na terça-feira. Segundo o Sindicato da categoria, só haverá volta se todos os profissionais receberem os salários atrasados. O consórcio Pró-Urbano, por sua vez, afirma que as empresas não podem arcam com a despesa e a prefeitura declarou que notificou as empresas, mas não garantiu a volta às atividades.

“Esperamos que todos entendam nossa situaçao. Estamos com salário reduzido em 25%, muitos com contrato de salário suspenso. As empresas recebem para trabalhar, e nós trabalhamos para receber”, disse João Henrique Bueno, presidente do Sindicato dos empregados do transporte coletivo de Ribeirão.

Elisabeth Lopes Torres, que trabalha em uma salgaderia no Centro da cidade. “Tive que pegar mototáxi para ir trabalhar. E, quando voltar, vou ter que fazer a mesma coisa”, afirma ela, que conta, ainda, que irá gastar mais com isso. “Vou gastar pelo menos R$ 20 de mototáxi. Não tenho como continuar gastando tanto”, conta.

De acordo com Alcides Lopes, vice presidente do Sindicato, a situação chegou a um ponto insustentável. “As empresas vêm sistematicamente atrasando salários. Os trabalhadores já estavam em estado de greve.  A empresa atrasa o pagamento, não sei qual o motivo. Diante disso, a direção do sindicato, e os trabalhadores, decidimos pela paralisação”, disse.

Outro lado

Em nota, a prefeitura informou que o consórcio Pro-Urbano foi notificado, pela Transero, para que “tome as providências necessárias a fim de retomar o serviço do transporte coletivo urbano no município”. A administração não respondeu, entretando, que medidas poderia aplicar contra as empresas, em caso de descumprimento, nem garantiu que o serviço será efetivamente prestado.

Procurado, o Pró-Urbano informou que a situação, atualmente, é de um colapso. “O sistema entrou em colapso, gastando muito mais do que arrecada, operando com 70% da frota e com receita em torno dos 20% do que arrecadava anteriormente. Com a quarentena estendida até o dia 31, o transporte não tem condições de continuar se não tiver alguma ação por parte da Administração Pública”, disse o consórcio, em nota.