Prefeitura anuncia pacote milionário para recuperar a qualidade do ensino municipal pós-pandemia

Após críticas à educação, Duarte Nogueira destinará R$ 58 milhões para a pasta

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Um pacote completo com recursos humanos e equipamentos para o ensino infantil e também para os nove anos do ensino fundamental. Foi assim que o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, definiu o anúncio que fez nesta quarta-feira durante entrevista coletiva no Palácio Rio Branco.

Durante uma hora ele apresentou uma série de medidas para melhorar a qualidade do ensino municipal na cidade.
“Para podermos recuperar o desastre que foi esse prejuízo que a pandemia impôs às nossas crianças. Porque o menino ou a menina que entrou no primeiro ano do fundamental em 2019, 2020 foi para o segundo ano fora de aula e 2021 foi para o terceiro ano fora da escola e está voltando agora no quarto ano. Então, temos de pegar esses alunos e dar uma injeção forte de cuidado, carinho, ensino…”

O pacote milionário deve suplementar a dotação orçamentária da pasta em R$ 58 milhões com o objetivo de amenizar a defasagem causada pela pandemia. Além da previsão do investimento, ainda estão na lista:
Ampliação do projeto “Todos juntos” (2 professores por sala de aula)
Assinatura de convênio com o Instituto de Estudos Avançados da USP/RP para formação de professores e gestores escolares
Contratação de mais 116 professores (49 para educação especializada)
Contratação da Vunesp para realização de duas avaliações anuais

Polêmica
Após o anúncio das cinco medidas, a entrevista foi aberta a perguntas e a reestruturação da Educação Infantil voltou à pauta de discussões.
Na oportunidade, o Secretário de Educação, Felipe Elias Miguel, voltou a explicar sobre as resoluções publicadas em meados deste mês e afirmou que o calendário escolar segue conforme previsto.
Elaine Assolini, chefe do departamento de educação da faculdade de Filosofia, Ciências Sociais e Letras da USP/RP, disse aprovar o sistema adotado pela Prefeitura de Ribeirão Preto para a reestruturação da educação infantil, que, segundo ela, é comum em vários países. Mas sutilmente criticou a comunicação da secretaria com os profissionais.
“Neste momento desta reestruturação, talvez os professores da educação infantil também poderiam escutá-lo mais de perto, seus esclarecimentos poderiam chegar para esses profissionais, que num primeiro momento entenderam que poderia ser não tão positivo assim”, disse ela.

Fernanda Bufoni