Justiça bate o martelo e confirma venda da Nilza por R$ 23,5 milhões

Recursos serão utilizados para pagar parte dos ex-funcionários; empresa chegou a ter 1,2 mil colaboradores

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A Justiça de Ribeirão Preto homologou a arrematação da massa falida da Indústria de Alimentos Nilza S/A, por R$ 23,5 milhões, para a empesa JV Naves. A venda inclui os dois imóveis da Nilza que, juntos, somam 250 mil metros quadrados, na altura do km 312 da Rodovia Anhanguera.

O valor será pago com um aporte à vista, de R$ 5,8 milhões, e 40 parcelas mensais de R$ 440,6 mil. Segundo o advogado Alexandre Borges Leite, administrador judicial da massa falida da Nilza, existia um leilão em andamento e a maior proposta a ser ofertada por essa área tinha sido de R$ 16 milhões, no final do ano passado.

“Mas, recebemos essa proposta de R$ 23,5 milhões e entendemos que esse valor era vantajoso para todas as partes. O Judiciário entendeu da mesma forma o o negócio foi concretizado”, disse o administrador..

O valor negociado representa 42,7% da avaliação total do patrimônio da empresa. Pela lei, nenhum valor inferior a 50% poderia ser aceito mas, nesse caso específico, houve entendimento que a proposta era melhor do que o prolongamento da falência na Justiça.
Segundo a Justiça, são R$ 580 mil anuais gastos com a manutenção da empresa. “Em suma, e nessa ordem de ideias, tem-se como vantajosa à massa falida (e aos seus credores) a proposta”, afirmou o juiz Heber Mendes Batista, na sentença.

“A proposta, além de expressiva e relevante, possibilitará a reativação de importante parque industrial, ainda que em outro segmento industrial ou comercial, com geração de empregos, arrecadação de tributos e racionalização desta falência, com a possibilidade de pagamento aos mais diversos credores”, disse o juiz, na sentença.

Histórico

A Indústria de Alimentos Nilza foi criado em 2004, congregando sete cooperativas. Em 2006, a Nilza foi comprada por Adhemar de Barros Neto e, com investimentos, chegou a processar mais de 1,5 milhão de litros de leite por dia. Houve, ainda, a construção de duas novas unidades em Minas Gerais.

Com a crise no setor de laticínios, a empresa, que chegou a ter 1,2 mil funcionários, entrou com um pedido de recuperação judicial, mas acabou tendo a falência decretada em 2011. Houve reversão da decisão, mas, em outubro de 2012, a falência definitiva foi decretada.