A UPA não quis me receber, diz moradora de rua diagnosticada com covid em Ribeirão

Mulher informou que não quer voltar para a unidade hospitalar; ONG faz campanha para alugar casa

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Moradora de rua diagnosticada com covid-19 - Foto: Reprodução

A moradora de rua que estou positivo para covid-19, mas não foi acolhida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida 13 de maio, em Ribeirão Preto, afirma que não quer voltar à unidade. Ela afirma ter sido tratada de forma inadequada e acredita que permanecer na rua é melhor do que ser atendida no local.

A informação consta de uma entrevista, feita pro representante do projeto Mudando Vidas, com a moradora de rua, identificada como Karita Fernanda Carlos. “Eu fui muito mal tratada, não fui recebida bem, eles não queriam me receber. Eu não tive o atendimento que eu deveria ter tido”, disse disse.

Um dos problemas, segundo Karita, é que a UPA queria separá-la do marido. “Eu não estou podendo ficar na rua”, disse ela, afirmando que não quer ir, também, para o Centro de Triagem Migrante (Cetrem). “Eles não vão me ajudar nada”, disse.

A informação foi negada pela prefeitura, que declarou, em nota, que a moradora de rua não quis permanecer no local depois de atendida (veja a nota abaixo).

Ajuda

Segundo Ricardo Tostes, responsável pela iniciativa, o objetivo, agora, é conseguir apoio para alugar uma casa para a moradora de rua, que vive com o companheiro. “Queremos ajuda para conseguir alugar uma casa. Tenho condição de mobiliar tudo, e ela se compromete a cumprir a quarentena sem sair de casa”, disse.

Segundo Tostes, quem puder colaborar pode fazer contato pelo whatsapp (16) 99250-7957.

Outro lado

A Secretaria de Saúde informa que “prestou atendimento à mulher, por meio do Polo Covid da Upa, e disponibilizou local para isolamento, porém houve recusa” da paciente em permanecer no local. Já a Secretaria da Assistência Social informa que a munícipe não procurou os equipamentos de acolhimento oferecidos pela Pasta e se recusou a ser internada na UPA.

Ainda segundo a prefeitura, na manhã desta terça-feira (19), as equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) localizaram a mulher, que recusou o acolhimento na Casa de Passagem. “A Semas enviou um relatório ao Ministério Público relatando a recusa da munícipe em receber acolhimento e atendimento na Saúde, e sugeriu a internação compulsória. No entanto, a decisão caberá ao MP e ao Poder Judiciário”.

A prefeitura informou, ainda, que, caso algum munícipe perceba uma pessoa em situação de rua com sintomas de gripe, pode entrar em contato com o Fale Assistência Social, por meio dos telefones 161 e 0800 77 30 161, para informar a localização.

“Por fim, a Pasta ressalta que oferece, tanto na Casa de Passagem, no Centro POP e na Cava do Bosque, kits de higiene pessoal a todos os atendidos. A ação é feita em conjunto com o Coletivo Acalma de Redução de Danos, parceira do abrigo e responsável por diversas atividades realizadas no local, e os kits contam com álcool em gel, sabonete líquido, pano para higienização, preservativos feminino e masculino, absorvente feminino e panfletos com orientação para higienização e cuidados necessários”.