64% dos passageiros de plataforma de caronas têm carteira de motorista, mas escolhem não dirigir

Dado é da BlaBlaCar, plataforma francesa de caronas; 33% dos motoristas cadastrados também pegam carona de vez em quando e 60% dos passageiros não possuem veículos

Neste domingo (22), comemora-se o Dia Mundial Sem Carro, uma data internacional que tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre o uso excessivo de automóveis. Poluição, congestionamento e bem-estar da sociedade são alguns dos pontos destacados quando se debate sobre as consequências negativas dos carros.

Para se ter uma ideia, dados da Cetesb mostram que 90% da poluição da cidade de São Paulo é produzida pelos veículos. E o que pode ser feito para ajudar nessa causa? Muitos defendem a substituição, mesmo que somente por alguns dias da semana, do carro pelo transporte público ou bicicleta. Mas para quem trabalha e estuda em outra cidade ou costuma viajar por longas distâncias, a carona pode ser uma alternativa. 

“É uma questão lógica: quanto mais pessoas viajam no mesmo carro, menor a frota nas ruas. A média global de pessoas por carro é de 1.9; com a nossa plataforma, esse número salta para 3.9”, afirma Ricardo Leite, diretor da BlaBlaCar, maior plataforma de caronas e cujo objetivo é diminuir os assentos vazios nos carros. “Nosso propósito é justamente esse: otimizar as viagens e a mobilidade urbana”.

Segundo estudo global realizado pela empresa em parceria com o instituto francês Le BIPE com quase sete mil pessoas em oito países, incluindo o Brasil, 64% dos usuários do aplicativo possuem carteira de motorista, mas preferem não dirigir. Ainda segundo a empresa, 33% dos motoristas cadastrados também pegam carona de vez em quando e 60% dos passageiros possuem veículos. O levantamento também destaca que 28% dos usuários da plataforma que não possuem carteira de motorista resolvem adiar a documentação por falta de necessidade. O aplicativo conta com mais de 70 milhões de usuários no mundo, sendo 5 milhões no Brasil.

Exemplo

A relações públicas Vanessa Rocha é um exemplo de quem largou o carro por conta própria. “Deixei de usar o meu carro por achar que já havia muitos na rua. Então comecei a usar transporte público e bicicleta no dia a dia. Para viajar a BlaBlaCar me ajudou bastante, pois existem lugares aqui no Rio de Janeiro que são bem inacessíveis de ônibus, então a carona foi uma solução muito boa.”

O efeito positivo proporcionado pelas viagens compartilhadas é grande: segundo o mesmo estudo, 1,6 milhão de toneladas de COdeixaram de ser lançados na atmosfera em 2018, quantidade equivalente ao volume de CO2 absorvido em um ano por uma floresta do tamanho de 730.000 campos de futebol. De acordo com o relatório, o Brasil é destaque positivo em economia de dióxido de carbono, as caronas aqui lançam 33% menos gás carbônico na atmosfera em comparação com outros meios de transporte.  

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