Dono de casa de R$ 40 milhões, “Sheik” do tráfico é preso no Interior de SP

Um dos criminosos mais procurados do País, libanês foi preso em Campinas na noite desta sexta (18)

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Dono de uma casa avaliada em mais de R$ 40 milhões em Valinhos, na região de Campinas, o libanês Joseph Nour Eddine Nasrallah, conhecido pela alcinha de Sheik, 53, foi preso pela Polícia Civil de São Paulo em um flat de Campinas na noite desta sexta-feira (18). Ele foi levado para São Paulo e, de lá, enviado a um local não revelado pelas autoridades. O libanês integrava a lista dos 20 criminosos mais procurados do Brasil, feita pela inteligência das policiais estaduais e federal e coordenação do Ministério da Justiça.

Sheik fixou residência em Valinhos onde construiu uma mansão. Portentosa, a casa fica em um condomínio fechado e ocupa uma área equivalente a 5 mil metros quadrados, ou meio campo de futebol. Tem até banheira de ouro, avaliada em mais de R$ 240 mil.

Ele chefiava um esquema que incluía a compra de cocaína em países da América do Sul e cuidava do transporte para a Europa, especialmente a suíça, Estados Unidos e África através do transporte marítimo, em containers. As chamadas “mulas”, pessoas que tranportavam as drogas nas malas ou no corpo, também eram usadas.

Ele estava foragido desde maio de 2016, depois de conseguir um habeas corpus do SFT (Supremo Tribunal Federal) para deixar a cadeia onde cumpria pena.

Histórico

Em 2007, Sheik foi alvo da Operação Kolibra, da Policia Federal. Ele chegou a ser condenado 18 anos de prisão, por dois crimes. A investigação, feita pela Polícia Federal em cooperação internacional com a polícia da Espanha, Portugal e da Bélgica, prendeu 54 pessoas que tinham ligação com a quadrilha e apreendeu, aproximadamente, 3,4 toneladas de cocaína. A estimativa é que o grupo criminoso tenha movimentado mais de 1 milhão de Euros e 800 mil dólares.

Ele foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Ele ficou sete anos preso mas, em 2013, foi solto depois de o Supremo Tribunal Federal conceder a ele um habeas corpus. Em maio de 2016, foi condenado, em segunda instância, a dez anos de reclusão por tráfico de drogas, mas novamente acabou solto pelo STF. Um mês depois, a decisão foi revista, mas ele já estava foragido. Desde então, era procurado pelas autoridades.