Deixo a candidatura para fazer história

Muitas são as especulações sobre a possível desistência de Bolsonaro à reeleição presidencial. O secreto articulista Paulo Sartre publicou um post no Facebook sobre o tema, gerando muitas polêmicas. Pelos corredores de Brasília, a ideia não é descartada. Se a queda de popularidade nas pesquisas continuar e, de fato, houver alguma chance de derrota, Bolsonaro não pensará duas vezes em desistir. Razões não lhe faltam. A primeira, e mais perigosa, é a perda da imunidade parlamentar, que o deixaria vulnerável aos braços da justiça, visto que suas atitudes e discursos são um prato cheio para colocá-lo na cadeia. A segunda, seria o sepultamento do bolsonarismo (perder para Lula, por exemplo, é um evidente sinal de fracasso ideológico). Quais seriam as estratégias? Bolsonaro tem cacife suficiente para ser eleito senador pelo Rio de Janeiro, ou mesmo voltar para a Câmara dos Deputados, cargo que ele carregou por 28 anos. Se assim for, sairá como mártir do sistema. Impossibilitado de fazer acontecer seus planos de governo, boicotado por uma política de esquerda, amparada pela mídia tendenciosa e mais esquerdizante ainda. Os apoiadores adorariam e Bolsonaro teria forças para construir uma oposição a qualquer governo, preparando o terreno para uma futura aclamação em 2026. E quem iria para o pleito deste próximo ano no lugar dele? O Senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, é um bom nome. Não teria nada a perder, ao contrário, manteria viva a chama bolsonarista e seria um articulador de uma futura coalizão para o ano de 2026. No entanto, pessoas mais próximas ao Presidente, me confidenciaram que isso não faz parte dos seus projetos. Bolsonaro é vaidoso demais para tomar uma atitude radical como essa. Prefere apostar no Auxílio Brasil, na recuperação da economia, no telhado de vidro deu Lula e Moro, na fala destemperada de Ciro Gomes e na rejeição de Dória. Prefere também atacar violentamente a urna eletrônica, colocando em dúvida a sua eficácia. Desistir, jamais, mesmo que os estranhamentos internos dos apoiadores já estejam ocorrendo. Todas estas possibilidades só ganharão sustentação a partir de abril ou maio de 2022. Até lá, qualquer alegação será pura especulação. Virão novas pesquisas, novos cenários. Por enquanto a população está abastecida com velhas narrativas. A verdadeira guerra ainda não começou. Estão apenas limpando os canhões com tiros de festim.

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