Cadê você?

Quando da votação do aumento do Fundo Partidário na Câmara dos Deputados, Baleia Rossi, presidente do MDB, não estava presente. Depois votou contra. Agora, quando se pôs em votação a PEC dos Precatórios, o nobre Deputado não esteve presente de novo. Será uma mera coincidência ou o famoso “não me comprometa”? Os velhos políticos mineiros, matreiros e espertos geneticamente são pródigos nessa estratégia. Não se indispõem com ninguém. Mantém um bom nível de interação com todos os lados. Um presidente de partido grande precisa desta capacidade. Mas e o eleitor dele? Aquele que confiou ser o Deputado a sua voz na Tribuna, o articulador de seu posicionamento, estará satisfeito? Ano que vem, teremos novas eleições. Será o momento ideal para aferir atitudes e posicionamentos. Ás
vezes os políticos apostam na amnésia popular. Nem sempre dá certo. Já falei: o espetáculo será incrível. Vale a pena estocar pipoca, guaraná e amendoim. Só não dá pra fazer churrasco, a carne está o olho da cara.

Gol contra

Ainda repercute mal nos bastidores petistas o voto do Senador Rogério Carvalho, de Sergipe, favorável ao esquema de emendas secretas, aprovada pelo Congresso Nacional. A presidente do partido, Deputada Gleisi Hoffmann, considerou uma falta grave. O Senador defendeu-se
dizendo que votou pela autonomia da casa e não pelo mérito do projeto. A verdade é que foi um gol contra, daqueles que vão, evidentemente, pesar no discurso de transparência do candidato Lula. O fato não é o primeiro a jogar um balde de água fria na lógica retórica a ser adotada pelo partido, dias antes, na votação da Pec dos precatórios, cinco dos seis senadores
do partido votaram a favor da medida, contrariando o discurso petista que, na Câmara dos Deputados, fechou questão contra. Pelo visto, Lula vai ter que tomar muito cuidado com o que vai falar. O telhado de vidro pode ser fatal em suas pretensões presidenciáveis. Aliás, o que se diz pelos corredores de Brasília é que assessores mais chegados ao ex-presidente têm pedido moderação no discurso. Está aí um desafio complexo. Lula se acha um deus supremo e sua fala um rosário de encantamentos. Há lulistas que acreditam nisso, mas será que o eleitor pensa do mesmo jeito? É ver pra crer.

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