Secretariado de Nogueira melhora. Vamos ver se o governo acompanha

Foto: Antonio Gonzaga

Terminadas as nomeações e feitas as composições, cabe a este corneta fazer a análise do novo secretariado do prefeito Duarte Nogueira (PSDB). Como diz o ditado, bom não está, mas dá pra dizer que a composição ficou menos ruim que as escolhas do primeiro mandado.

Aliás, o prefeito declarou, publicamente, que não espera um governo de continuidade, mas sim um novo governo, onde possa realizar mais. É o que todos os ribeirão-pretanos – os que votaram e os que não votaram no tucano – esperam.

Pessoalmente, acredito que o segundo governo será melhor que o primeiro. Principalmente porque Nogueira pegou uma prefeitura estrangulada e, se quer alçar novos voos na política, não pode se dar ao luxo de cometer os mesmos erros. Especialmente no quesito teimosia.

Sem medo de ser feliz

O corneta não tem medo de dar opinião, então vamos por partes.

Nogueira acerta ao manter o secretário da Educação, Felipe Elias Miguel. Se os resultados dentro da sala de aula não são animadores – a qualidade do ensino na rede municipal ficou, pela primeira vez em muito tempo, atrás da rede estadual – o secretário comandou uma série de reformas e obras necessárias para a adequação da rede física das escolas. Merece, portanto, a chance de corrigir o que não foi bom e terminar o trabalho que começou.

Mais um acerto se traduz na manutenção de Afonso Reis Duarte no Daerp. Competente, o tucano transformou o Daerp de um abacaxi em uma vitrine. Os problemas da autarquia ainda são imensos, e é preciso olhar imediatamente a questão do desperdício de água na cidade, mas as contas foram colocadas em dia e Afonso começou a investir em infraestrutura, algo que a autarquia não fazia há muito. Só enxugava, como o perdão do trocadilho, gelo.

Acerta, ainda, em manter Sandro Scarpelini como secretário da Saúde. Competente e do ramo, Sandro teve lá seus pecados – a licitação das ambulâncias, que tanto problema causou à administração, pode ser debitada na sua conta – mas não se pode negar o bom trabalho feito na pasta.

Com a entrega de novas UPAs e unidades de saúde, a manutenção do gestor certamente é uma notícia a ser comemorada.  Vale lembrar que Scarpelini comanda, também, o Supera Parque de Inovação e Tecnologia, instituição respeitada e uma verdadeira fonte de boas notícias para a administração.

Acerta, ainda, na indicação de Renata Corrêa Gregoldo para a Assistência Social. A retirada da pasta do insosso Guido Desinde, que mais atrapalhou que ajudou, por si só seria benéfica. Renata, entretanto, tem bom trânsito e é querida no setor. Pesa contra ela certa inexperiência administrativa, mas nada que não seja perfeitamente contornável. Ainda mais se a promessa de Nogueira, de priorizar a pasta, se concretizar.

Acerta, ainda, ao manter a competente Maria Regina Ricardo à frente do IPM. Fez boa gestão, é uma técnica mais que qualificada para o cargo e ajudou, sem dúvidas, a contornar os graves problemas que o instituto vive.

As apostas

Daniel Gobbi, vice-prefeito de Ribeirão e secretário do Planejamento – Foto: Reprodução

A lista de apostas de Nogueira é grande. A primeira delas é o vice-prefeito Daniel Gobbi (PP). Se não era a primeira escolha de Nogueira como vice, Gobbi conquistou a confiança do alcaíde e tem excelente trânsito entre empresários.

Jovem e ambicioso, é uma aposta que a mim parece certeira para fazer a administração andar.

Afinal, se ele efetivamente tem ambições de ser prefeito de Ribeirão, isso passa obrigatoriamente por uma boa gestão de Nogueira. O maior interessado, portanto, em fazer um bom trabalho à frente do Planejamento é o próprio vice.

Ricardo Aguiar na Casa Civil é outra dessas apostas.  A retirada de Nicanor Lopes da pasta, por si só, é uma decisão que vale qualquer risco, mas resta saber se a preparação de Ricardo para um posto tão importante está completa. Pessoalmente, creio que é uma aposta certeira.

Da mesma forma, André Trindade chega ao cargo de Secretário de Esportes como uma forma de retribuição do prefeito ao trabalho prestado por ele enquanto vereador. Sejamos honestos, boa parte da derrota de Trindade pode ser colocada na conta do prefeito. Pela experiência que tem com o esporte – amador ou profissional – é uma boa aposta. Infelizmente, chegou ao cargo pelos motivos errados – a derrota eleitoral.

Fecham a lista Carlos Eduardo Nascimento Alencastre (Infraestrutura), competente técnico do Departamento de Água e Energia Elétrica, e Samuel Sollito, que assume o Meio Ambiente. Boas apostas.

Mais do mesmo

Pegoraro, secretário de Infraestrutura

Existem uma lista de secretários e outros cargos que não acrescentam, nem diminuem, a competência do secretariado. Incluo nessa lista Pedro Luiz Pegoraro (Obras); Eduardo Molina (Desenvolvimento e Inovação); Rennata Bianco (Comunicação Social); Nilson Baroni (Cohab); Tiago Caldeira (Defesa Civil) e Domingos Fortunato (Guarda Civil).

Antonio Daas Abbod (Governo), por sinal, representa um perigo maior. Ele lutou ardentemente para conseguir espaço no governo, e agora que conseguiu, é preciso cuidado para ver o que isso vai significar para o prefeito.

Por fim, coloco nessa lista Antonio Carlos Muniz, da Fiscalização Geral. Pessoalmente, não acho que a postura do coronel no enfrentamento de populares durante desocupações seja algo ruim – penso até ser necessário, em alguns casos – mas o setor que ele comanda deixa muito a desejar em outras áreas.

Os erros

Foto: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Nicanor Lopes na Fundação Pedro II só pode ser explicado pela necessidade de colocar o aliado em alguma pasta. Não é do ramo e assume o lugar de Mariana Jábali, que fez bom trabalho à frente da Fundação.

Nogueira não levou em conta a máxima de que em time que está ganhando, não se mexe. Colocar Mariana no Fundo Social de Solidariedade, portanto, torna-se apenas a reparação de um erro, não exatamente um acerto.

Não entendo, ainda, a fixação de Nogueira em manter Carol Vilella a frente da coordenadoria de bem-estar animal – ela tem pouco trânsito no setor e apresentou, ao longo do primeiro governo, muito menos resultados do que a questão exige na cidade.  Na mesma linha, não encontro explicação técnica para dar o Procon para Ana Paula Gentile – que teve desempenho pífio nas eleições e não dispõe, na minha opinião, de qualificação técnica para a função.

Marcelo Galli, na Transerp, é outro que não deveria estar nessa lista. Foi superintendente do Daerp na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera, inclusive. Não entendo o que de interessante possa haver em colocar alguém com tais credenciais em um posto que promete ser chave no segundo governo de Nogueira, especialmente no embate com o malfadado Consórcio Pró-Urbano.

Sem opinião

Humildemente, confesso minha incapacidade para analisar o trabalho de André Almeida Moraes (Administração) e Marcelo Lorenzi (Negócios Jurídicos). Ainda que integrantes da administração, em escalões subalternos, faltam-me subsídios para opinar nesses casos. Incluo nessa lista ainda Tássia Corrêa Rezende (Sassom).

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