Vereador Wesley da Dialogue critica projeto de lei que proíbe a instalação de banheiros multigêneros em Araçatuba

Para o Wesley, a discussão do assunto “vem sendo distorcida¨

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O vereador Wesley da Dialogue (Podemos) enviou ontem uma nota à imprensa criticando o projeto de lei que proíbe a instalação de banheiros multigêneros em Araçatuba (SP). A proposta foi protocolada no Legislativo pelo vereador Lucas Zanatta (PL).

No texto, Wesley diz que “É preciso fazer com que as pessoas entendam que tal propositura não passa de oportunismo eleitoral para agradar uma parcela de eleitores locais”. O vereador ressalta que banheiros multigêneros existem, não só pela discussão de pautas de gênero e da comunidade LGBTQIA+, citando que a Câmara de Araçatuba possui um desses banheiros em sua recepção.

Ele destaca ainda que “Banheiros multigêneros são espaços individuais, que a pessoa utilizar independente do sexo biológico e do gênero ao qual se reconhece. É assim aqui na Câmara, é assim no barzinho que você vai, é assim no avião e no ônibus”.

Para o Wesley, a discussão do assunto “vem sendo distorcida, seja pela falta de informação ou por mau-caratismo de quem pretende construir uma imagem onde os que defendem a existência destes banheiros são os progressistas, ligados à esquerda, e os que defendem a proibição são os conservadores, defensores da família, dos bons costumes e da igreja”.

Entre os problemas do projeto, segundo o parlamentar, é a associação da existência de banheiros como esse à prática de assédios sexuais, estupros e outros, pois a maioria dos casos ocorre, infelizmente, dentro do seio familiar, praticados por familiares e amigos próximos.

De acordo com Wesley, “engana-se quem visualiza banheiros multigêneros como espaços de uso coletivo simultaneamente”, e engana a população o vereador que insinua na imprensa que esses espaços não são privativos e que não são de uso individual.

A Agendda (Associação Gênero, Diversidade, Diretos e Afetividade), ONG LGBTQIA+ de Araçatuba (SP), protocolou, no início da tarde de ontem, nota de repúdio ao projeto do vereador Lucas Zanatta. Para o grupo, a proposta tem nítido caráter LGBTfóbico e afronta a Constituição Federal. De acordo com a Agendda, a carta magna garante a busca por uma sociedade livre, justa e solidária e o bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação e opressão.