Prefeito de Andradina é condenado à prisão por trabalho escravo

Em 2009, 21 seringueiros teriam sido resgatados em condições análogas à escravidão em uma propriedade de Mário Celso, no Mato Grosso (MT), onde havia um seringal.

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O Tribunal Regional Federal da 1ª Região condenou o empresário e prefeito de Andradina (SP), Mário Celso Lopes (PSDB), a cinco anos e quatro meses de prisão por trabalho escravo. Em 2009, 21 seringueiros teriam sido resgatados em condições análogas à escravidão em uma propriedade de Mário Celso, no Mato Grosso (MT), onde havia um seringal.

De acordo com a ação, os trabalhadores não possuíam registro em carteira, havia discriminação contra trabalhadoras mulheres, servidão por dívida e condições degradantes. Não havia instalações sanitárias nem equipamentos de proteção para a aplicação de agrotóxicos. As residências em que os seringueiros moravam também apresentavam condições precárias.

O prefeito de Andradina e o filho dele, Mario Celso Lincoln Lopes, já haviam sido condenados à prisão em 2017, pela 7ª Vara Federal do Mato Grosso. Na ocasião, eles apelaram e conseguiram suspender a sentença. Assim, o empresário pode se candidatar à prefeitura de Andradina e vencer as últimas eleições locais.

O relator do caso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Cândido Ribeiro, negou a apelação de Lopes e de seu filho. O empresário e prefeito de Andradina ainda pode recorrer contra a decisão. Mas, se for condenado em última instância, e ainda estiver na prefeitura, corre o risco de perder o mandato, porque passaria a ser inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

O secretário de Comunicação de Andradina, Hugo Leonardo, informou à Nova Brasil FM que não tem acesso a informações do processo, já que a ação é contra o empresário e não o prefeito Mário Celso Lopes. De acordo com o secretário, não há, na visão dele, relação ou desdobramento do fato no âmbito da administração pública.