Câncer de mama também é coisa de homem

Público masculino representa 1% do total de casos no país; estimativa é de mais de 600 casos registrados no Brasil em 2020

0
Câncer de mama também pode atinger homens - Foto: Divulgação

Apesar da campanha Outubro Rosa trabalhar intensamente a conscientização sobre o câncer de mama em mulheres, é muito importante reforçar que, mesmo raro, o tipo de neoplasia também pode afetar os homens.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, o público masculino representa 1% do total de casos no país. Em números de casos, isso significa que em 2020 foram cerca de 662 diagnósticos de câncer de mama em homens no Brasil, uma vez que a estimativa do INCA foi de 66.280 novos casos totais no território nacional.

Em Ribeirão Preto, segundo a Secretaria Municipal da Saúde informou com base nos dados do DATASUS por meio do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), cinco homens foram diagnosticados com câncer de mama, levando em conta o período de 2019 a 2021.

Raridade

Embora raro, no sexo masculino o câncer de mama é mais fácil de ser detectado do que nas mulheres, explica a oncologista Cristiane Mendes, do InORP Oncoclínicas.”

A glândula mamária masculina geralmente é pequena e menos exposta às ações do hormônio estrogênio, que está relacionado ao desenvolvimento da mama. Quando o homem apresenta algum tipo de nódulo na mama, este é percebido mais facilmente na palpação ou visualmente”, explica a médica.

Ainda segundo ela, para detecção do tumor masculino há exames de mamografia, ultrassonografia e, se for necessário, pode-se associar com ressonância. “Quando se confirma alteração radiológica, é realizada uma biópsia para diferenciar lesões benignas de malignas e programar o tratamento”, reforça Cristiane.

Fatores de risco e sintomas

De acordo com a oncologista, os casos masculinos de câncer de mama podem também estar ligados à genética.

“Os principais fatores de risco são: idade acima de 50 anos; presença de casos na família de câncer de mama, sendo homem ou mulher, sobretudo com parentesco de 1º grau; exposição prévia à radioterapia no tórax antes dos 30 anos; exposição a hormônios sintéticos; presença de mutações em genes como o BRCA; consumo de bebida alcoólica em excesso; sobrepreso e obesidade e cirrose”, afirma.

Já os sinais e sintomas podem variar entre surgimento de nódulo endurecido, com crescimento progressivo; vermelhidão na mama que não melhora após 15 dias; mudança na posição do mamilo ou até saída de secreção no local; surgimento de nódulos na axila e dor na mama.

Tratamentos

O principal tratamento é a cirurgia e geralmente é retirada a mama toda. Em alguns casos pode ser necessário a radioterapia, bloqueio hormonal e até quimioterapia.

“O tratamento é sempre individualizado caso a caso e é importante ressaltar que para tumores iniciais as chances de cura ultrapassam 95%. Diante de qualquer alteração na mama, a recomendação é consultar um especialista”, explica Cristiane.