Associação dos Delegados de Polícia realiza evento em Araçatuba, para reivindicar melhores condições de trabalho e salários

Os salários dos policiais civis de São Paulo estão entre os piores do Brasil. Muitos desistem da carreira em busca de melhores remunerações

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O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Gustavo Mesquita Galvão Bueno, estará hoje na Deinter 10 (Departamento de Polícia Judiciária de são Paulo interior), de Araçatuba, às 15h, para mobilizar policiais por melhores salários e condições de trabalho. 

A Associação afirma que os policiais paulistas recebem os piores salários do Brasil. Para efeito de comparação, um delegado em início de carreira em Mato Grosso, estado que melhor remunera no Brasil, ganha mensalmente r$ 22.446,13. Em São Paulo, o valor é r$ 10.382,48. Os salários iniciais de investigadores e escrivães (r$ 3.931,18) só são maiores do que recebem os profissionais de Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. 

Ainda segundo a entidade, além dos salários defasados, o déficit da polícia civil é alto: mais de 15 mil profissionais deveriam ocupar cargos vagos nas delegacias. De acordo com a entidade, na região de Araçatuba o déficit de funcionários chega a 30%. Levantamento realizado pela Adpesp revelou que, em média, dois policiais civis abandonam a carreira diariamente no estado desde 2018, enfraquecendo o efetivo e sobrecarregando delegados, investigadores, escrivães e outros cargos. 

A visita é mais um importante passo na busca por valorização salarial e de condições de trabalho. Em 2021, a Adpesp esteve em quatro grandes manifestações na capital para cobrar melhorias, além de reuniões com deputados estaduais e federais e com o vice-governador. 

“Tudo isso prejudica a sociedade e a segurança da população. O que fica muito claro pelo discurso do governador é que temos duas seguranças públicas no estado de São Paulo: a do marketing, que funciona maravilhosamente bem, e a segurança pública da realidade, que é frágil, falha e que não protege adequadamente o cidadão paulista”, resume o presidente da Adpes